A Defesa Civil definiu um Grupo de Ações Coordenadas para auxiliar na
arrecadação e distribuição de donativos aos desabrigados ou desalojados devido
às fortes chuvas que vêm atingindo Santa Catarina. Até às 18h de hoje (27
de novembro), 27.410 pessoas estavam em abrigos montados pelo poder público e
51.297 encontravam-se em casas de amigos ou parentes. O número de mortos subiu
para 99. Dezenove pessoas ainda estão desaparecidas.
Em Joinville,
formou-se uma Central Solidária para receber as doações, localizada no
Expocentro Edmundo Doubrawa, ao lado do Centreventos Cau Hansen. Segundo o
coordenador geral da central, Adriano Silva, a intenção é juntar, no local,
todos os materiais doados, para que possa ser feito um maior controle por parte
da Defesa Civil, de forma a organizar melhor o sistema de distribuição. Ele
conta que pediu auxílio do Exército, que se comprometeu em enviar cinco soldados
por dia para a central, além de ceder veículos para transportar donativos, caso
seja necessário.
A central funciona das 8 às 22 horas. Ontem de manhã,
meia hora antes de começar a arrecadação, a dona de casa Arli Maria Pereira
Fuckner, de 60 anos, já aguardava para auxiliar nos trabalhos. Ela diz que a
importância do auxílio da população nesses momentos de emergência é
fundamental e, neste caso, pode ser decisivo para a vida dos afetados pela
enchente. Arli pretendia prestar ajuda na central até o fim do dia.
Arlete Nunes, de 56 anos, trabalha no ramo hoteleiro e presta serviços
voluntários há 19 anos. “É gratificante saber que, de alguma forma, estou
fazendo o próximo um pouco mais feliz. Mesmo em situações como esta, onde só o
que se vê é angústia e desolação”, afirma.
A Central Solidária está
recebendo donativos de empresas e pessoas físicas, além de armazenar os produtos
que foram entregues em outros pontos de coleta. A Defesa Civil passou, para os
voluntários, uma lista com os alimentos que devem conter nas cestas básicas
encaminhadas aos desalojados e desabrigados. Nela constam arroz, café, açúcar,
feijão, fubá, farinha, óleo, macarrão, biscoitos, sal e leite. O coordenador
Adriano diz que a preferência é para doação de alimentos prontos, que podem ser
consumidos sem necessidade de cozimento.
Produtos de higiene pessoal
(como pasta e escova de dentes, sabonete e xampu) e de limpeza (como baldes,
rodos, água sanitária e desinfetantes) também são de grande necessidade e estão
sendo doados em baixa quantidade. A população ainda pode colaborar com colchões,
travesseiros, cobertores, roupas e calçados "em bom estado", conforme ressalta o
material da campanha.
Segundo Valdira Barni Pereira, secretária da
Secretaria de Assistência Social (SAS), responsável pela distribuição dos
donativos, todas as comunidades joinvilenses já receberam doações. A prioridade
foi para os desabrigados e depois para os desalojados. Equipes de assistentes
sociais da SAS fizeram as entregas, que incluem kit de limpeza e higiene social,
cesta básica, colchão, cobertor, roupas, calçados e, quando necessário, produtos
infantis, como mamadeira e fraldas. Valdira avalia o trabalho do Grupo de Ações
Coordenadas como bem organizado.
Até o momento, doze cidades decretaram
Estado de Calamidade Pública (ECP): Gaspar, Rio dos Cedros, Nova Trento,
Camboriú, Benedito Novo, Blumenau, Luis Alves, Itajaí, Rodeio, Itapoá, Brusque e
Ilhota.
As vítimas fatais:
Brusque: 1
Gaspar: 15
Blumenau: 22
Jaraguá do Sul: 13
Pomerode: 1
Bom Jardim da Serra:
1
Luiz Alves: 5
Rancho Queimados: 2
Ilhota: 29
Benedito Novo: 2
Rodeio: 4
Itajaí: 2
São Pedro de Alcântara: 1
Florianópolis:
1
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Instituto Médico Legal (IML).