Cerca de 200 casas permanecem alagadas em Santa Mônica, região do bairro Nova Brasília, em Joinville. Três dias após o início da enchente, quando a água atingiu aproximadamente 1,80 metro de altura, o único acesso às casas é de barco. Os moradores que conseguiram permanecer nas residências reclamam de falta de auxílio e doações. Eles acreditam que só a partir de sexta-feira será possível transitar a pé nas ruas do Santa Mônica.

Quando questionado sobre o local onde mora, o barqueiro Gilberto Ridmerski respondeu: “No meio da água, agora”. Ele e Misael Oliveira transportam, de canoa, moradores até as casas ou até a região não alagada. Misael passou a madrugada de sábado, dia 22, ajudando a recolher móveis e salvando animais de estimação dos vizinhos: “A gente têm que arregaçar as mangas”. Ele contou que, durante a enchente, a esposa, grávida, foi hospitalizada e perdeu o bebê. “Você chora se entrar aí dentro", avisou, apontando para as casas alagadas.

Gilberto acredita que o trabalho que está prestando é responsabilidade do Corpo de Bombeiros, mas que não receberam nenhum auxílio deles. Rosimere Valsenchi, moradora do Santa Mônica, contou, enquanto esperava uma das canoas levá-la até em casa, que não recebeu doações e sua família está sofrendo com a falta de alimentos e produtos de limpeza. Ela acha que há descaso com a parcela da população que continuou nas residências. “Pobre que se vire”, disse ela, referindo-se à atitude da prefeitura em relação ao bairro onde mora.

Outro lado

O assistente social Jacson Verchai, que trabalha na Secretaria de Assistência Social de Joinville (SAS), informou que as doações estão sendo entregues nos abrigos porque, para chegar até as regiões alagadas, os agentes da SAS dependem de ajuda da Defesa Civil. A Revi tentou entrar em contato com a Defesa Civil e com o Corpo de Bombeiros, mas as linhas telefônicas permaneciam ocupadas.