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Matéria 7496, publicada em 10/11/2008.


:Luiza Martin

Chiaretti vem ao Ielusc e problematiza o webjornalismo

Marco Chiaretti une bom humor e história ao webjornalismo

Sidney Azevedo


O editor-chefe do Estadão.com.br, Marco Chiaretti, foi convidado para vir ao Ielusc na sexta-feira, dia 7 de novembro, para falar de webjornalismo. Ele conversou à tarde com os bolsistas da Revi e à noite deu palestra para três turmas.

Enquanto esteve na Revi, debateu sobre estratégia de público-alvo, conceito de notícia como hard news, o conceito de conteúdo como vago na comunicação, imperativo do leitor, interesse do leitor e interesse do jornalista, e de dar atenção, especialmente, à não-utilização de advérbios e à possibilidade de uso de blogs como meio de fazer notícia. O funcionamento da redação do Estado e os números de acessos dos sítios da Revi e do Estadão foram comentados, assim como a experiência do Huffington Post.

Chiaretti começou a palestra da noite falando sobre a história e a estrutura do jornal O Estado de S. Paulo, contando a trajetória da família Mesquita e explicando a divisão “igreja e estado” (departamento comercial e departamento jornalístico), que caracteriza o diário. A sala C-27, que abrigaria a aula de Criatividade em Publicidade e Propaganda, foi a escolhida para a conversa do ex-professor do Ielusc com as turmas de Redação Jornalística II, da professora Marília Maciel; Fotografia II, de Álvaro Diaz; e Meios Impressos I, de Frederico Carvalho, além de alguns alunos de Produção e Difusão em TV I, que foram ouvir o “tio Chia”.

O editor-chefe do Estado falou para os alunos das três turmas sobre a relação impresso-internet. Ele afirmou que o impresso não se acabará enquanto a geração atual de leitores continuar viva.

Passou a pontuar a conversa com o termo “perfídia” a partir da observação feita por Sílvio Melatti sobre o uso do trabalho de jornalistas do impresso para a internet e vice-versa. “Pérfido é o pessoal do Google, que ganha 0,0000001 centavo por clique!”, afirmou, usando um superlativo numérico.

Chiaretti deu ainda uma mostra de seu poder na redação: ligou do celular para o responsável pelo sítio no momento, “um rapaz gaúcho que, como são os gaúchos, depois de uma correção, não fala mais contigo”, que tirasse a palavra “econômica” da manchete do sítio: “Equipe econômica de Obama prepara medidas de socorro à classe média”, diminuindo de quatro para três linhas (que é o padrão da página).

Pouco antes ligou um amigo lhe perguntando quando ia tomar cerveja. Chiaretti assustou algumas pessoas com a brincadeira de que jornalismo não permite abastança, amizade e sexo.

Ao fim, Chiaretti falou das idéias que sua redação (entre a do Estado de S. Paulo e a do Jornal da Tarde) desenvolveu, como o Euprometo (esquematização das promessas dos candidatos), o Vereador Digital (conjunto de vídeos, de três minutos cada, com espaço livre para a fala dos candidatos). Explicou que a segunda idéia veio de um jornalista do impresso. A primeira foi tomada de um cidadão da Folha de S. Paulo, mencionada em um evento por um editor daquele jornal. “Nós fizemos. Eles não fizeram até agora”.

A afirmação gerou a pergunta de Valmir Fernando, do quarto período de Jornalismo, leitor da Folha, sobre qual era o melhor jornal. Chiaretti respondeu que não dá para dizer que um seja melhor que o outro. “Às vezes nós furamos eles, outras eles nos furam. É por aí”. E, encerrada a palestra, foi tomar cerveja com os amigos.

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