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Matéria 7491, publicada em 10/11/2008.


:Sidney Azevedo

Estátua de Buda dá boas-vindas aos visitantes

Feira Mãos da Terra promove diversidade cultural

Priscila Carvalho


Mais de 90 expositores, de 23 países e 19 estados brasileiros se instalaram no Expocentro Edmundo Doubrawa, de 31 de outubro a 9 de novembro, para a Feira Internacional de Artesanato Mãos da Terra. Os espaços foram divididos nas ruas A, B, C, D e E, para 143 estandes, que variavam de 12 a 36 metros quadrados. Na parte A, concentrava-se a cultura africana, com carrancas, adornos e peças típicas. Na parte B, havia estandes de países asiáticos, europeus e da Oceania, repleto de tapetes, roupas e simulacros. As ruas C e D destinavam-se à cultura latino-americana; e a rua E era voltada à gastronomia e alguns estandes que restaram. Em média, 300 pessoas circularam diariamente no local durante os 10 dias de feira, de acordo com a M&K Art, empresa promotora do evento, de Balneário Camboriú.

O calor incomodava a maioria das pessoas no Expocentro. Visitantes e expositores reclamavam muito. Samille Kastering, coordenadora de Turismo da prefeitura de Campo Alegre, comenta: “A climatização dos equipamentos de Joinville é horrível!".

Cenário montado para o estande/Sidney AzevedoMuitos estandes não se adequavam a proposta da feira de artesanato, como o intitulado “Fotos de época”. O visitante chegava no local, sentava-se na cadeira e era fotografado. No momento, o responsável pelo local Jean de Azevedo dava um tratamento de “época” e entregava a foto ao cliente. Outros estandes ofertavam bijuterias, móveis antigos e apetrechos de “R$ 1,99”, que podem ser comprados no comércio local.

Pixolô fabrica cerâmica/Sidney AzevedoEm meio à multidão, algumas figuras chamavam atenção, como o ceramista paraibano Manoel Francisco Dias, conhecido como Pixilô. Ele tem 69 anos de idade e 50 deles destinados às cerâmicas. Galos de angola, mulatas e panelas de argila enfeitavam o estande capixaba. Foi convidado para mostrar aos visitantes como confecciona as peças. O que mais gosta de fazer é a moringa, a qual considera de confecção mais difícil: faz a tampa da peça, deixa de lado; tece o corpo do vaso, que se estreita de acordo com os movimentos das mãos calejadas pelo ofício. As peças demoram cerca de cinco dias para serem finalizadas. Como o evento não tem espaço para fornos, o que é produzido no local serve só para demonstração, pois necessita secar e passar por pintura.

O artesão Gerson Siba, da cidade mexicana de Guadalajara, era o responsável pelo estande do México, que atraía pela diversidade de fontes artificiais. Gerson explicava que em seu país as pessoas adoram ter algum objeto que contenha água, como fontes e aquários, para harmonizar o ambiente.

Rumba, salsa, ritmos calientes ressoavam na extensão da rua D. Três pessoas tomavam conta do estande: Olando Melina, Albelom Santa Maria e Suzana Fernandez. Cubanos, vindos da capital Havana, vendiam desde artesanato em papel machê até imagens de Che Guevara e bonés com a bandeira de Cuba.

Papel machê argentino com detalhes incas/Sidney AzevedoO papel machê também pôde ser visto no bloco Argentino, supervisionado pelo casal Guilhermina e Isidro. O diferencial é que os motivos em detalhe nas peças tinham traços da cultura aborígene e inca. “Faz parte do estudo de Guilhermina, sobre a cultura Andina”, afirma Isidro. Teve espaço até para palhaçada. Ao longe, já se avistava o vendedor do brinquedo “biro-biro”, Wilson Cavezan, fantasiado de Palhaço Perereca, provocando as crianças. Originalmente ele faz publicidade para os estandes. Mas, infelizmente, chegou dois dias depois da abertura. A solução foi vestir-se de palhaço.

Artesanato Cubano em papel machê/Sidney AzevedoTodos os expositores passaram por um seleção. Muitos só falavam a língua natal. Segundo Karine Romera, organizadora do evento, os convites foram enviados para muitos países e estados. Embora o interesse por esse tipo de feira seja sempre grande, as eleições municipais atrapalharam o aluguel de alguns espaços. Inclusive a guerra na Palestina impediu a vinda de expositores. A chuva constante também acabou atrapalhando o movimento nos primeiros dias. As peças, os artefatos antigos, os produtos artesanais, figuras interessantes e a diversidade cultural voltarão para Joinville. Com o sucesso de público, a organização adianta que a feira ocorrerá novamente ano que vem, do dia 30 de outubro a 8 de novembro.

Comentários dos leitores
 

  • 1-/-1/2008 -

    Samille [Campo Alegre]:

     

    Sem autorização.

     

    Boa tarde. Em primeiro lugar, ao ser entrevistada para este meio de comunicação fui informada que o mesmo era sobre a feira que acontecia no Expocentro Edmundo Dobrawa. Não fui informada, nem muito menos autorizei a publicar um simples comentário que a infra-estrutura de eventos de Joinville era precária que no referia-se a CLIMATIZAÇÃO, dado ao fato de que na cidade faz muito calor, sendo este um comentário PESSOAL. Fica o esclarecimento aos leitores de que esta não é a opinião da Prefeitura Municipal de Campo Alegre, mas apenas minha como pessoa, que observa que os espaços para eventos de Joinville não são "horríveis" como citado, mas sim pouco equipados em relação à refrigeração. At. Samille Kestering.

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