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Matéria 7345, publicada em 24/10/2008.


:Reprodução

Grupo liderado por Fred Zero Quatro mantém coerência nos temas e letras há 24 anos

mundo livre s/a, uma banda sem maiúsculas

Sidney Azevedo


A Semana Acadêmica guardou duas horas de leitura para Fred Zero Quatro, voz, letras, guitarra e cavaquinho; Fábio Malandragem, baixo; Tony Regalia, bateria; Bactéria Maresia, teclados e guitarra; e Marcelo Pianinho, percussão. Eles e seus nomes incomuns são os integrantes da banda pernambucana mundo livre s/a, sem maiúsculas, “como eles mesmos redigem”, de acordo com o professor de História da Arte Gleber Pieniz, que apresentará sua visão da banda das 19h às 21h de hoje.

Os músicos se juntaram em 1984, sob a liderança de Fred Zero Quatro. O primeiro disco, “Samba esquema noise”, surge passados dez anos, após a redação do primeiro manifesto manguebit, “Caranguejos com cérebro”, em 1992, da qual Zero Quatro participou ao lado de Chico Science. O protesto era por uma arte mais rica e diversificada, que envolvesse os ritmos regionais de Pernambuco e o punk rock, Jorge Ben e Sid Vicious, e Noam Chomsky e os gregos, como o ecossistema do mangue.

Os álbuns posteriores foram “Guentando a ôia” (1996), “Carnaval na obra” (1998) e “Por pouco” (2000) e “O outro mundo de Manuela Rosário” (2003). Eles estiveram no Fórum Social Europeu deste ano, ocorrido mês passado, para apresentações da banda no dia de abertura e para discutir a cultura no mundo.

Porque mundo livre

O professor Gleber Pieniz escolheu a banda mundo livre s/a por esta ser uma síntese de referências no campo da arte atual. Para Gleber, a banda mescla cronismo a uma posição política bem marcada. Mas a ironia, com a qual o professor se identifica, “é o que a torna saborosa e crocante”.

Ele também cogitou a escolha do grupo de rap cubano Orichas. Caso trabalhasse com literatura, escolheria o escritor americano Paul Auster. “Ele representa uma mescla não de estilos, mas de temas, em certo grau equivalente à que faz mundo livre na música”, afirma Gleber.




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