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Matéria 7115, publicada em 26/09/2008.


O que se espera do novo prefeito

Valmir Fernando*


Moradores de Joinville indicam ao futuro prefeito a necessidade de ajustes na saúde pública. Cristiano Visbeck, 21 anos, operador de máquinas, pede que o novo prefeito atente especialmente para as pessoas que aguardam por cirurgias. Ele acredita que o próximo gestor pode prevenir o que aconteceu com seu pai, Aurino Visbeck, que morreu ano passado, depois de três anos de espera. “Foi constatado câncer de próstata e como não tínhamos dinheiro, aguardávamos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas quando o chamaram já era tarde, a doença tinha se agravado e meu pai morreu durante a operação”, afirmou Cristiano, emocionado.

A aposentada Maria Inês Reinert, 54 anos, espera mais agilidade no sistema e que aumente o número de médicos especialistas. Ela conta com essas mudanças para não precisar recorrer a clínicas particulares, como fez, mesmo sem condições financeiras, depois de aguardar 15 meses por uma cirurgia para correção de varizes, pelo SUS. Inês ressalta: “Se fosse esperar, iria demorar mais de dois anos e minhas pernas doíam muito.”

Deivson Rodrigo, comerciante, de 26 anos, reivindica ao futuro prefeito a construção de mais hospitais e Pronto-Atendimentos. A agente de turismo Márcia Mazzetti, 48 anos, discorda de Rodrigo. Ela diz que não são necessários mais hospitais e PAs. No entanto, pede ao novo prefeito melhoria imediata na organização e administração da saúde pública. “Tem médico que recebe pra trabalhar quatro horas, mas trabalha somente duas”, destaca.

A coordenadora municipal do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Anete Marcílio Azambuja, 52 anos, enumera uma lista de “conformidades” a serem estudadas e implantadas pelo próximo prefeito. Criar um núcleo de educação continuada, promover capacitação direcionada a cada área de atuação, disponibilizar mais medicamentos, adequar o número de profissionais da saúde, contratando pessoas desde o setor administrativo até agentes comunitários. Ela também defende a informatização e interligação do sistema. Assim, uma pessoa que for atendida no Posto de Saúde do seu bairro e outro dia necessitar de atendimento num PA, dirá somente o seu nome e o sistema localizará sua ficha.

Anete também quer garantia de qualidade nos atendimentos de referência. Ela utiliza o hospital São José como exemplo. “Ele é a nossa referência para trauma, mas devido às superlotações, à falta de leitos, os pacientes acabam sendo encaminhados para locais inadequados”, afirma.


*Trabalho produzido para a disciplina de Redação Jornalística 2, ministrada pela professora Marília Maciel no segundo semestre de 2008

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