A palestra sobre emoção e voz no rádio reuniu as turmas de Redação Jornalística V e Meios de Rádio I, ontem (1º de setembro), no anfiteatro, com o radialista Cyro César. Especialista em formação de locutores, Cyro começou falando sobre o poder emocional do rádio pela proximidade que o meio tem com o ouvinte. Então contou a história, em 20 minutos, de um casal que se juntou enfim sob sua ação ao anunciar, pelo rádio, o amor de Reginaldo por Mariângela. A destinatária da mensagem ouviu a declaração em pleno refeitório da empresa onde trabalhava e reatou o noivado. César ainda apresentou algumas anedotas de bastidores, como o fato de Cid Moreira ter seu destino escolhido pelo porteiro da emissora onde iria trabalhar com contabilidade. Abriu-se então o debate.
Cerca de cinco perguntas foram feitas. As primeiras eram referentes à locução, e o radialista respondeu rapidamente sobre a diferença das freqüências, sobre o público específico de cada uma e sobre as somas de dinheiro que movimentam. “A rádio no Brasil é muito mal cuidada”, afirmou após citar o dado de que 60% das emissoras de ondas médias pertencem a políticos e a instituições religiosas. César disse que elas não se preocupam, em sua maioria, com o profissionalismo. O estudante Felipe Silveira, do sexto semestre, se passou por gago e perguntou das chances de um tartamudo no rádio. “Há vozes treinadas e vozes destreinadas”, respondeu o radialista. As possibilidades da rádio digital também foram consideradas na palestra.
A idéia de proporcionar o debate nasceu na aula de Meios de Rádio I, por sugestão de Jacson Carvalho. Há três semanas o palestrante Cyro César esteve ministrando sua Radioficina para a equipe da Floresta Negra. Segundo Jacson, que trabalha na emissora, “enquanto impressos e TV são muito evidenciados no curso, o tratamento do rádio parece mais frio”.