Revi Bom Jesus/Ielusc

>>  Joinville - Sábado, 23 de novembro de 2024 - 14h11min   <<


chamadas

Matéria 6839, publicada em 02/09/2008.


:Luiza Martin

Fernanda enfrentou o monstro da timidez e o dos conceitos durante o curso

A inquietude de estudar nos sonhos

Luiza Martin


Fernanda Lange assistiu ao filme “Monster” e dele surgiu a inquietação que começou a ganhar corpo em sua monografia — nota 10 em 12 de agosto. Antes de entrar em terrenos ielusquianos, a inquietude era pelos “erros do mundo”. Esse desconforto aliado ao gosto pela leitura e escrita levaram a formanda para o jornalismo, com a intenção de “suscitar mudanças no âmbito social”. Ela acredita que um texto é capaz de “desconstruir certezas” e tenta mergulhar fundo no conhecimento, pois na teoria encontra um lar para os pensamentos.

O topo da lista de aprovados para o vestibular de jornalismo, em 2004, foi ocupado por Fernanda, que não escondeu a felicidade diante dessa conquista. O afinco de caloura se sustentou nos tempos de veterana e até o final do curso. Quem define o esforço da formanda é o próprio namorado, que há cinco anos a acompanha. Ivan Almeida trabalha como editor de áudio no Ielusc. Ele presta suporte aos alunos que precisam utilizar as tecnologias de gravação e edição — aplicadas na experimentação das técnicas de disciplinas práticas. Nos momentos de edição eletrônica, Ivan percebia em Fernanda a vontade de desenvolver bem todas as tarefas, porque notava o esforço da namorada em se manter no curso e o quanto ela valorizava a experiência acadêmica.

Os últimos meses do ano estão reservados para o descanso e, “inquieta”, Fernanda já se interessou por um mestrado em Sociologia na UFPR (Universidade Federal do Paraná) e por uma pós-graduação em cinema na Tuiuti (de Curitiba). Ciências humanas e estudos na mesma linha de “Monstro”, título de sua monografia, consistem no interesse da recém-formada, que pretende se dedicar ao cinema por “puro prazer”. “Rex” é o nome do documentário, disponível na biblioteca, feito por um grupo de alunos que Fernanda integrou durante um seminário de cinema. Ela, que é fã de Rex Johnson, músico do folk e do blues, considerou a experiência especial e um dos melhores momentos no curso de jornalismo.

Um dos episódios mais dificultosos para a formanda envolvia a arte da entrevista. Quando precisou apurar informações para escrever um perfil sobre um hippie da praça da Biblioteca Municipal, Fernanda recorreu a um calmante para conseguir vencer a timidez e a incômoda sensação de deslocamento, que por várias vezes acomete estudantes de jornalismo. Ela não se sentia segura e acabava pensando que representava um estorvo para a fonte e confirma: “Sempre preferi a teoria à prática”.

“Eu durante a faculdade, quase não assisti TV, nem li jornal. Mergulhava nos textos e nos livros. Agora preciso me atualizar e estudar”, disse Fernanda. Portanto, ela ainda não se encaminha para o mercado. Acredita que é preciso dominar conteúdos que permitam a construção de uma análise e a reconstrução de um contexto, ao invés da simples exposição e relato dos fatos. Para tanto, é necessário conhecer história, geografia e “estudar até nos sonhos”.

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.