Leonel Camasão, 22 anos, em seu tempo de Ielusc foi daqueles estudantes que
participam de tudo. Já esteve no Necom (Núcleo de Estudos em Comunicação), na
Revi, foi presidente do DCE (Diretório Central de Estudantes) — sua
administração foi a última — e até bolsista do Coral. Freqüentador assíduo do
bar do Bola, que deixa saudade em muitos alunos anteriores a 2007, pegou alguns
exames nas matérias de sábado. Mas nunca vinha de óculos escuros, costume
que desagrada tantos professores que dão aulas nesse horário, porque seus cinco
graus de miopia não permitiam.
Leonel atualmente é repórter da editoria
de política do jornal A Notícia, objetivo que ele alcançou antes do que
pretendia. Agora pensa em trabalhar lá até o fim do ano e tentar fazer mestrado
em Sociologia Política na UFSC. Talvez dar aulas algum dia. Para o formando,
ficar só em jornal é “imbecilizante”. Quem pensa que ele abdicou dos cabelos que
passavam dos ombros por causa do jornal, se engana: antes de trabalhar no A
Notícia, as madeixas já haviam sido cortadas sem remorso. Cabelo é um “estado de
espírito”, segundo o ex-cabeludo.
Leonel decidiu-se por Jornalismo quando
estava no segundo ano do ensino médio, e desde então nunca pensou em desistir.
Sente tristeza ao se despedir do Bom Jesus/Ielusc porque “ficou muito carinho”
por aqui. O dia anterior ao ritual que significa a despedida da
faculdade, a monografia, foi ruim: tinha combinado no AN que chegaria mais cedo
e sairia mais tarde, mas acabou fazendo hora extra por causa de um imprevisto. E
na hora da defesa, o ex-ielusquiano diz que o tempo parou: estava literalmente
“vivendo o presente”.
A faculdade mudou o modo como o agora jornalista
enxerga o mundo. Quando chegou aqui, há pouco mais de quatro anos, o principal
sentimento de Leonel foi se sentir agredido por todas as novidades que surgiram.
Depois, se acostumou.
Comunicação Institucional, Psicologia Social e
Antropologia não estiveram entre as disciplinas favoritas de Leonel, ao
contrário de Teoria da Comunicação e Pesquisa em Comunicação. O professor desta
última, Samuca, deve a Leonel uma ida ao bar, inclusive.