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Matéria 6711, publicada em 14/08/2008.


:Ariane Pereira

A aluna presta atenção na argüição da banca

Interações online funcionam como na vida real, aponta TCC

Ariane Pereira


Mariana Wojciechovski, estudante de Jornalismo, fez um relato etnográfico, só que virtual: “viveu” no Second Life — ambiente simulador da vida real com alguns adendos — durante um mês. Acabou concluindo que apesar das diferenças e das novas possibilidades, esse mundo virtual acaba reproduzindo as regras de convívio social do mundo real. Na opinião da banca o trabalho não alcançou a profundidade necessária e mereceu a nota 7,5.

Analisando avatares (representações gráficas no mundo virtual de uma pessoa real), cenários, participações e códigos de linguagem, Mariana percebeu que é necessário ter um determinado estilo para ser aceito em alguma das tribos do Second Life. No fim das contas, as regras vigentes e as interações sociais que se dão neste meio são iguais às da vida real. Para fazer estas observações, usou análises de sua orientadora, Maria Elisa Máximo, e teóricos como Goffman, na construção de identidades e Geertz, na proposta da perspectiva etnográfica. Em relação a isso, foi criticada pelos avaliadores, Juciano Lacerda e Silnei Soares. Para eles, um relato etnográfico é mais denso do que o que a aluna apresentou em sua monografia, e o diálogo com Goffman não foi tão intenso como o prometido em várias das páginas do trabalho.

Para a banca, o mérito da monografia de Mariana é se propor a estudar algo tão recente como o Second Life, sobre o qual ainda não há muitos artigos e bibliografia. Outra coisa importante para ambos é que o trabalho defende, desde o começo, que na internet também se dá a vida real, não seguindo o senso comum de que o mundo virtual é separado deste no qual vivemos a realidade física. Entretanto, segundo Silnei, Mariana ressaltou muito o que é igual no mundo real e no Second Life, e teria sido melhor se ela tivesse buscado e analisado as diferenças, isto é, o que foge às regras no simulador. O avaliador concluiu que pelo trabalho da estudante é possível ver que nem tudo no Second Life é tão “pós-moderno quanto parece”. Para Silnei, faltou também diálogo com os teóricos, ao que Mariana admitiu ter sido difícil “bater de frente” com os autores.

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