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Matéria 6689, publicada em 12/08/2008.


Duas reprovações no segundo dia de defesa

Ariane Pereira


Aconteceram ontem (11 de agosto) as duas primeiras reprovações da temporada de monografias. Mariana de Thomaz Domingues, de Publicidade, obteve a nota 5,0 em seu trabalho “Dos quadrinhos à telona: uma análise dos sentidos produzidos nas adaptações”. A defesa de Sarah Tiltey sobre “O vaso, uma leitura de uma personagem em meio a uma estrutura de discurso” foi cancelada. Segundo o orientador de Sarah, Álvaro Dias, a monografia estava incompleta e não teria condições de alcançar a nota 7,0. Para Gleber Pieniz, orientador de Mariana, a aluna parece motivada a se rematricular e refazer a monografia logo em seguida. Quanto a Sarah, irá conversar com sua banca — composta por Silnei Soares e Luiz Felipe Soares — hoje (12 de agosto) para conhecer em detalhes a avaliação dos examinadores.

Mariana procurou estabelecer relações entre os quadrinhos e cinema e usou a semiótica para analisar certos aspectos das adaptações escolhidas e os quadrinhos que as geraram — Sin City e Liga Extraordinária volume 1. A aluna concluiu que no caso de Liga Extraordinária acontece realmente uma adaptação para o cinema por causa da adição de personagens e outras mudanças, enquanto Sin City é uma tradução praticamente literal porque reproduz enquadramentos usados nos gibis e é fiel à história. A estudante também demonstrou algumas interpretações que fez utilizando a semiótica como base, como sobre a arma que a personagem Miho usa em uma cena em Sin City e tem a forma de suástica, representando um dos pecados capitais que é a ira.

Para os avaliadores do trabalho de Mariana, Silnei Soares e Álvaro Dias, a aluna se restringiu muito ao cinema e aos quadrinhos norte-americanos, esquecendo-se do mangá (quadrinhos japoneses), dos quadrinhos franceses e dos filmes europeus. Falando muito de uma perspectiva só, Mariana empobreceu o material que tinha, segundo Álvaro. Para Silnei, além de faltar bibliografia para trabalhar cinema e quadrinhos, os conceitos de semiótica utilizados no trabalho não estavam muito aprofundados. Em sua réplica a Silnei, pouco antes de se iniciar um pequeno debate entre formanda e avaliador, Mariana disse que escolheu não se aprofundar muito nesse aspecto. Para Gleber, que leciona semiótica (assim como Silnei), houve uma “perda de norte” por parte da estudante por levar algumas das significações que obteve para a vida pessoal, ao invés de focar o cinema e os quadrinhos.

Renunciar ao direito de réplica após a fala do professor Álvaro, o que foi um “pecado” segundo Gleber, não ajudou Mariana a alcançar a nota 7,0. A estudante, que disse já esperar críticas dos exigentes integrantes da banca, está tranqüila e motivada a reiniciar a jornada da monografia logo em seguida.

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