Numa manhã de sábado chuvosa (9 de agosto), Josimar Santiago Bezerra, estudante de Publicidade, defendeu sua monografia, “Comunicação Integrada, transferência de significados culturais para o bem de consumo”. A banca, composta por Maria Elisa Maximo, Samanta Tassotti e o orientador Pedro Ramirez, aprovou Santiago com nota 7,5. Além do aluno, da banca e da repórter da Revi, apenas uma amiga do agora publicitário compareceu para prestigiá-lo. Para Santiago, que acordou às 4h da manhã pela ansiedade — a defesa iniciava às 8h —, a chuva e o frio fizeram com que seus amigos preferissem a cama às desconfortáveis cadeiras da sala C-22.
Através de pesquisas e entrevistas, Santiago quis mostrar que o valor que as pessoas dão aos objetos é resultado do meio em que vivem, mas que a publicidade também constrói esse valor. A idéia para a monografia surgiu por causa da formatura do publicitário: meninas preocupadíssimas com o vestido que usariam no grande dia. As entrevistas foram feitas com mulheres, divididas em classes A e C. No método utilizado nas entrevistas estava um dos problemas apontados pelas duas avaliadoras do trabalho: na classe C foi feita uma discussão em grupo e na A uma entrevista em profundidade. Isso invalidaria a pesquisa por criar situações diferentes nas entrevistas. Santiago explicou que não encontrou mulheres da classe A em número igual ao da outra classe, portanto, não foi possível fazer uma discussão em grupo com elas.
Maria Elisa Maximo, que foi convidada a fazer parte da banca para avaliar a parte teórica da monografia, discordou de Santiago na afirmação de que apenas a publicidade atribui valores e lembranças aos objetos. Para exemplificar, contou que entrou num táxi que era um X-Sara Picasso — carro que as propagandas mostram como glamouroso — e que nunca imaginou que um carro daqueles pudesse servir de táxi. Para ela, a teoria ficou distante do trabalho de campo, e o principal problema da monografia era de ordem teórica. Santiago replicou que a pesquisa é mais forte no sentido de ser mais importante que a teoria neste trabalho.
Samanta Tassotti, ex-professora do Ielusc, não teve muitos apontamentos a fazer. O orientador Pedro Ramirez explicou que os problemas do trabalho de Santiago se deviam a vários fatores: falta de tempo, “influências nefastas” de uma colega de trabalho de seu orientado que ficou dando opiniões e troca de orientador — Valdete Niehues era a orientadora anterior. Segundo Pedro, Santiago teve condições de ser aprovado mas ainda vai precisar fazer algumas modificações na monografia para entregá-la.