Os 130 metros de caminhos cavados no pátio que circundam os blocos C e D da unidade central do Ielusc abrigarão uma nova tubulação de esgoto. O motivo da obra é a Ação Civil Pública proposta em março de 2000 pelo Ministério Público. Por causa dela, o município de Joinville, a Fatma (Fundação do Meio Ambiente) e a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) – substituída pela Companhia Águas de Joinville (CAJ) – foram condenados, por poluir o rio Cachoeira, a ampliar a rede de tratamento de esgoto. A construção do sistema de esgoto começou em 14 de julho de 2008. Faltam, a contar de 29 de julho, 14 dias para o término da primeira fase de instalação dos tubos, que permitirá o tratamento do esgoto ielusquiano, até então enquadrado no regime pluvial.
A prefeitura recorreu e o cumprimento da sentença decretada em março de 2006 foi adiado para o ano seguinte. Em 13 de dezembro de 2007, o Bom Jesus/Ielusc recebeu a notificação da Fundema (Fundação Municipal do Meio Ambiente). O prazo que a fundação impôs, 20 de maio de 2008, foi prorrogada em acordo estabelecido com a faculdade – a obra causaria transtornos em meados do primeiro semestre letivo. Nenhuma multa foi recebida, pois a penalidade de R$ 2 mil será aplicada apenas após completados 12 meses da data em que o ofício foi enviado.
Segundo o assessor administrativo do Ielusc, Lívio Zaro, o começo das obras teve de aguardar a visita da engenheira civil da Águas de Joinville Charlotte Elisa Maehl. Ela aconselhou o abandono do antigo sistema de fossas, porque não era possível identificar se os dejetos escoavam para a galeria pluvial da prefeitura. Com a mudança, os excrementos serão reunidos na nova rede de esgoto, direcionada para a estação de tratamento. Como conseqüência da visita, foi colocado outro tubo de inspeção na rua Luiz Niemeyer – já havia um na Princesa Isabel –, o que significa uma divisão da rede dentro da faculdade. O novo tubo foi enterrado a 2,20 metros da superfície em frente à saída, não utilizada pelos alunos, localizada nos fundos da cantina.
O ponto para onde escorrem os dejetos deve ser o mais baixo, conforme explicou o mestre de obras Nelson Polidório da Silva. Assim, a gravidade substitui a energia elétrica e o uso de bombas. Nelson e sua equipe trabalham cerca de 9 horas por dia. À noite, durante o horário de aula, descansam. A fase que mais incomoda os estudantes, devido à obstrução do pátio no caminho que leva à cantina e nos arredores dos blocos mais freqüentados (o C e o D), terminará na Casa Amarela, com 30 centímetros de profundidade escavados. Quando finalizada a instalação, as palavras do pedreiro Vilso Gonçalvez Correia serão seguidas: “Só a água da chuva (captada por bocas-de-lobo) poderá ir para o rio”. Pelo menos as que escorrem em terrenos ielusquianos.
Direcionada para a rua Princesa Isabel, a segunda instalação ficará em torno do Bloco A e da Deutsche Schule. Ela será independente da rede iniciada na Casa Amarela. “Na igreja também deve ser feita [a regularização], mas separada do colégio”, disse José Valdevino, o zelador. Ele também afirma que aproximadamente R$ 5 mil foram despendidos na compra de caixas de passagem. Elas facilitam a manutenção da rede de esgoto (a cada 25 metros, uma delas é adicionada). Zé, como é conhecido, coordena as obras e os funcionários da empreiteira contratada. Lívio Zaro admitiu que por falta de tempo não houve a elaboração de uma planta com o traçado das tubulações. O orçamento previsto, que não inclui as alterações nas cercanias da Deutsche Schule, é de R$ 25 mil.
Entenda como funciona o tratamento no sítio da Águas de Joinville.