A mistura indefectível do instrumental com a levada do trombone e do trompete, as músicas sem refrão, a suavidade da quena (flauta de origem inca), o suingue vibrante. Este é o espírito da banda joinvilense Fevereiro da Silva, que lança seu primeiro EP, Funil, título mais do que apropriado para o samba-rock e rock-samba contido nas quatro faixas.

A filosofia punk dos anos 70 — Do it yourself (em inglês, faça você mesmo) — norteou a produção de Funil. O EP (um CD que não é nem um single nem um álbum pela pequena quantidade de músicas) foi feito “na raça”, como definiu o trompetista Hélio de Sousa. Os cachês dos shows foram poupados para a prensagem das mil cópias. De graça, apenas a gravação, uma “experiência de cobaia dos dois lados”: dos próprios músicos que nunca haviam entrado em um estúdio de gravação (uma câmara frigorífica desativada) e do dono do estúdio, André Cidral, que nunca produziu um disco.

Com produção barata e custo de venda do disco de R$ 5, o objetivo do lançamento do EP é de divulgar a banda e ter um material próprio para angariar shows em festivais de música independente. “Uns dizem que é sonho, mas pra gente é uma meta”, afirma Hélio.

Quem nunca ouviu o sexteto em ação terá uma oportunidade. O grupo irá abrir o show da banda joinvilense Os Depira neste sábado (dia 14), às 23h30, no Recanto Familiar, conhecido como ambiente que se transforma nas noites de shows alternativos em Zepa, na Estrada da Ilha.

Senta que lá vem a história

Formada em 2004, Fevereiro da Silva é descendente de outra banda, a Ammusia. Mas esse projeto durou pouco. Teve apenas uma apresentação, em agosto de 2005. Logo após, o baterista Tiago Brum abandonou o grupo. Os que restaram — Ricardo, Hélio e Lucas — na companhia do trombonista André Steuernagel, do guitarrista Augusto Ginjo e do baixista Daniel Moura batizaram a nova formação de Fevereiro da Silva, pela mistura de influências musicais dos integrantes. A primeira apresentação foi em junho de 2007. Dos seis integrantes, dois são estudantes do Ielusc: o trompetista Hélio de Sousa e o vocalista Ricardo Borges. Ambos estão prestes a se formar em Jornalismo e Publicidade e Propaganda.

Ouça a faixa "Combates", uma das quatro músicas do EP Funil