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Matéria 6278, publicada em 02/06/2008.


:Divulgação Intercom Sul

José Marques de Melo conversa com estudantes e jornalistas

José Marques de Melo: "Jornalista tem que sair às ruas"

Izani Mustafá


José Marques de Melo, 64 anos, dispensa muitas apresentações. Qual estudante ou professor de jornalismo não leu pelo menos um dos muitos livros escritos por esse jornalista? Ele começou a trabalhar cedo, aos 15 anos. Afinal, lugar de jornalista é nas ruas. Saiu de Alagoas, seu estado natal, direto para São Paulo. Em 1973 obteve o título de doutor em Comunicação na Escola de Comunicação da Universidade de São Paulo. Para ele, a pesquisa é fundamental na área profissional e acadêmica. Ele é contra o “achismo” e a qualquer pergunta que possa suscitar uma resposta vaga, diz desconhecer a causa e sugere uma pesquisa para saber o porquê.

Respeitado entre seus pares e pelos estudantes, não por causa dos cabelos brancos que tomam conta de sua cabeça pensante, o presidente da Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação fez questão de estar na Intercom Sul 2008, de 29 a 31 de maio, em Guarapuava, no centro-oeste do Paraná. Ao final da abertura do evento, na manhã de 29, quando foi rodeado por focas e jornalistas para conceder uma entrevista, calmo e atencioso, convidou a todos para ir para uma sala mais tranqüila. Lá sentou-se e colocou-se à disposição. Com muito bom humor, respondeu a primeira pergunta sobre como analisava a imprensa escrita: “Do ponto de vista de conteúdo, a informação que está nos jornais é defasada” e é anacrônica porque os fatos já foram tratados na TV, na internet e no rádio.

Confesso leitor de sites jornalísticos, ele afirma que a internet significa hoje o que a imprensa de Gutemberg significou no século XV, e o ponto positivo é a conversão tecnológica. Para ele, o problema no “nosso jornalismo, em particular, é que ele precisa ser um jornalismo mais educativo, dar mais contexto, mais informação”. Marques de Melo diz que fica frustrado lendo jornais que têm informações não interpretadas. Á Revi, o jornalista também falou sobre ética e uso ou não do off. Ele concorda com a tese de Claudio Abramo de que a ética do jornalista deve ser a ética cidadão. “A ética é comum a todos os cidadãos”, completou. Com relação ao uso do off, não vê problemas, mas chama atenção do repórter de que “se tem uma informação privilegiada há um interesse. Não existe almoço gratuito, não se iludam”. E, como todo bom jornalista de campo, afirma que o problema do jornalista atual é que ele “não sai da sala de redação, não caminha mais pelas ruas, não vê mais as coisas”. Detalhes desses assuntos e outras questões que envolvem o jornalismo estão na entrevista coletiva que José Marques de Melo concedeu na Intercom Sul 2008.

Ouça a entrevista com José Marques de Melo

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