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Matéria 6230, publicada em 26/05/2008.


:Gustavo Cidral

À direita, Gerda Gomes, uma Centurion do AN em ação

RBS tem nova estratégia de vendas

Gustavo Cidral


Quem foi ao centro de Joinville nesta segunda-feira e passou pela praça Nereu Ramos, teve grande chance de ser abordado por algum centurião. Não são soldados do exército romano, como diz a tradução, mas também trabalham para um império. O Centurion é a nova estratégia do grupo RBS para vender assinaturas do A Notícia. Consiste em tentar conseguir assinaturas batendo de porta em porta ou abordando pessoas nas ruas. A técnica não é novidade no ramo de vendas mas está sendo utilizada apenas há duas semana pelo grupo na cidade.

A estratégia começou em Porto Alegre, onde o grupo conta com uma equipe de 40 pessoas. Em Joinville, são 15 guerreiros — oito homens e sete mulheres — todos com experiência já comprovada em vendas. Eles se dividem em duplas e atacam nos bairros e no centro das 8 às 18 horas, com duas horas de intervalo. Cada um tem a média de duas assinaturas por dia, sendo que a meta é de uma a cada dois dias. Dentre os quatro que estavam no centro, Valmir Fernando da Silva é o recordista de vendas em Joinville. Valmir, de 29 anos, cursa o 3º período de jornalismo no Ielusc e já conseguiu sete assinaturas em um dia. Ele aborda pessoas que aparentam ter no máximo 30 anos e usa o discurso do “valor da leitura”. “Como a gente aprende na faculdade, eu parto da importância da leitura e de estar bem informado”, conta o estudante, carregando uma edição da Folha de S. Paulo na bolsa. Até às 15h30, ele havia vendido duas assinaturas do AN.

Marília Souza, de 22 anos, também mantém um bom desempenho – já conseguiu cinco assinaturas em um dia. Esse tipo de trabalho sujeita os empregados a constrangimentos. Marília já foi atendida por um bêbado “filósofo” em estado lastimável. Já Gislene Martini dos Santos, de 21 anos, conta o que aconteceu com uma colega do Centurion. A jovem de 19 anos foi questionada a respeito da idade, pois o homem que a atendeu achou que ela fosse muito nova para trabalhar. “Você ainda é uma semente. Entre aqui em casa para eu colher seus frutos”. Isto foi o que Semente, seu novo apelido, teve que ouvir.

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