Após 10 dias de programação, a 5ª Feira do Livro de Joinville foi encerrada no último domingo, dia 13. Para Sueli Brandão, a presidente do Instituto Feira do Livro, uma das maiores dificuldades para a realização do evento foi a falta de recursos financeiros. Ela conta que Lya Luft não compareceu à feira porque o Instituto não teve dinheiro para pagar o cachê da escritora. Sueli diz que seria bom se a Prefeitura de Joinville abraçasse a causa da Feira do Livro como faz há anos com o Festival de Dança.
Outra dificuldade foi a liberação da praça Nereu Ramos por parte da Conurb. Gelindo Fuchter, gerente do setor de permissões e concessões da Conurb, explicou que há uma taxa de R$ 6,97 por metro quadrado e por dia para a utilização de área pública. Essa taxa não é cobrada no caso de eventos culturais, esportivos e religiosos. A exceção é quando a instituição organizadora do evento obtém um lucro com ele. No caso da Feira do Livro a taxa teria de ser paga, mas não foi cobrada porque a Fundação Cultural de Joinville autorizou. Mesmo assim, a Conurb exigiu um cheque no valor de R$ 3.000,00 como garantia, que seria devolvido caso a praça estivesse em bom estado ao final do evento. Em outras edições da feira, a praça foi devolvida com algumas coisas danificadas. Gelindo contou que foi fazer a vistoria hoje pela manhã e encontrou luminárias danificadas, pregos espalhados pela praça e fios desencapados na caixa de energia. Enquanto os danos não forem consertados, segundo ele, o cheque não será devolvido.
Sueli Brandão diz que as vendas da feira cresceram em 40%, mesmo com menos estandes do que no ano passado. Segundo ela, isso aconteceu porque nesse ano a organização decidiu priorizar a vinda das editoras, como a Escala e a Expressão Popular, ambas de São Paulo.
Para Beatriz Pereira, uma das organizadoras da feira, o evento ainda é pequeno em comparação ao modelo que gostaria de alcançar. Os convites para participar são mandados a várias livrarias, sebos e editoras de Joinville, mas muitos não são aceitos porque os estandes não renderiam grandes lucros para essas empresas. Beatriz também comenta que o joinvilense não gosta muito de ler, e que isso é refletido na quantidade de livrarias que existem na cidade: apenas duas.