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Matéria 5889, publicada em 07/04/2008.


:Djulia Justen

Praça lota com apresentação de teatro infantil

Atrações culturais chamam o público

Luiza Martin


Mais uma vez o Baú de Histórias foi aberto na Feira do Livro de Joinville. Nesta segunda-feira (7 de abril), às 14h, alunos de três escolas ouviram a contação de “O grande circo trapizongas”, do grupo curitibano Calçada de Verso. Com o teatro de fantoches e a presença dos alunos, o movimento da segunda-feira foi tão bom quanto o de sábado e melhor que o de domingo.

Organizado pelo Sesc, o Baú de Histórias escalou Cauê Carvalho e seus seis fantoches para narrar a vida do menino que sonhava ser do circo. “Quando chega o domingo é dia de contar histórias e causos”, fantasiava Carvalho sobre a contação que acabara de fazer. Ele trouxe, como personagens, a família do patriarca “compadre Pereirinha da Sirva” - com enredo baseado no meio rural.

Sem prestar atenção no teatro, estudantes do Bom Jesus e da Escola Básica Municipal Ada Santanna da Silveira se desentenderam ao final da apresentação. Motivo: diferença de classe. Em meio à discussão e já indo embora com a 7ª série do Bom Jesus, Julia Ferreira Barrete saiu sem nenhum livro, pois não encontrou sua autora preferida: Agatha Christie. Também sem nada para ler, Bruna Carolina da Silva, da 6ª série do Santanna, passeava com uma Coca-cola na mão, enquanto o estande Top Livros vendia seus exemplares a R$ 3 no máximo.

A Escola Básica Estadual Carmem Seara Leite, de Garuva, era outra visitante. Um de seus alunos da 7ª série, Luiz Felipe Erkmann, comprou uma rosa imersa em líquido dentro de uma redoma para a mãe (por R$ 1); para o sobrinho, um CD com histórias narradas em áudio (por R$ 3); para ele mesmo, gibis da coleção Megaman (por R$ 5). Os interesses foram variados e um fato comum a todas as escolas consistiu na escolha dos responsáveis por trazer os alunos: todos eram professores de português.


O estande Tudo Canetas concentrou o movimento. Lá os estudantes puderam comprar agendas, chaveiros, lanternas para leitura, além de canetas e adesivos coloridos. Estes objetos foram os mais vendidos para crianças e adolescentes. Por isso, no sábado, quando o público predominante é de adultos, o movimento é mais lucrativo – vendem-se produtos mais caros. Assim ocorre a comercialização nos outros estandes, que elegeram sábado passado o melhor dia.

No estande da Barsa Planeta, Alex Macedo disse que o pior dia foi o domingo. No domingo, O Iluminado de Stephen King, edição de 1987, foi levado por R$ 3. Ele compunha o estoque de livros do único Sebo da feira, que pertence à loja Brechó da Revista. Nele também se viam câmeras analógicas antigas (por R$ 80 segundo o vendedor e R$ 70 de acordo com a etiqueta).

Há na feira apenas um estande de livraria, o da Midas. Beatriz Pereira, da organização do Instituto da Educação e do Livro, confessa que a feira de Joinville ainda é pequena em comparação com o modelo que deseja ser – uma feira popular como a de Porto Alegre. Ela justificou dizendo que, para o empreendimento dar certo, precisa render lucro. “O joinvilense não gosta de ler”, lamenta. Para exemplificar, citou que na cidade existem duas livrarias principais, o que considera pouco.

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