As cenas de terrorismo no filme “Nova York Sitiada”, de Edward Zwick, lembram uma situação real que o mundo assistiria três anos depois: os ataques de 11 de setembro. O filme, em alguns momentos, parecia antecipar o que aconteceria em 2001. Baseado nesse marco, o aluno de jornalismo Charles Herberts defendeu a monografia “O cinema após 11 de setembro. Antecipação do tempo em 'O Pagamento', de John Woo”. A defesa ocorreu na segunda-feira (31), na sala C-20, às 17h, diante do orientador Silnei Soares e dos examinadores Jacques Mick e Valdete Niehues. O trabalho foi aprovado com nota 7.
O filme “O Pagamento” foi sugestão do orientador de Charles. Na trama, o personagem de Ben Affleck é contratado por uma grande empresa para construir a máquina que mostra o futuro. Segundo o estudante, há uma relação entre o tema e o fato de os filmes hollywoodianos “anteciparem” possíveis situações.
Em um dos livros analisados, “Guerra e Cinema”, de Paul Virilio, há alusão a suposto acordo entre as indústrias cinematográfica e bélica. Charles, ao comentar essa teoria da conspiração, relata como “a ficção, coincidentemente, fecha com as pretensões do governo dos EUA”. Essa parceria não é nada que se possa provar, mas muitos autores insistem na sua existência. Silnei ressalta ainda que “o cinema como instrumento de política é uma arma de guerra”.
Para realizar o trabalho, Charles analisou dez filmes e procurou fazer uso do maior número de fontes como filmes, revistas, jornais, sites na internet e livros.
A argüição de Mick tratou de um ponto curioso no trabalho de Charles: o fato de “não cumprir o que promete e cumprir o que não promete”. O filme principal da monografia é “O Pagamento”, que recebeu um capítulo especial apenas no final da análise. Como o trabalho era bastante extenso, as idéias já tinham sido concluídas quando Charles comentou as cenas do filme. Em compensação, a pesquisa dos assuntos abordados em todo o trabalho faz com que a monografia ganhe um grande embasamento nessa temática.
A professora Valdete aposta na capacidade do estudante em seguir na área da pesquisa. Ela destacou apenas que Charles poderia ter colocado no trabalho outras visões e posições que não fossem as do cinema.
O aluno ficou contente com os elogios e críticas e garantiu que contribuirão para a continuidade do trabalho.