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Matéria 5789, publicada em 19/03/2008.


:Ronaldo Santos

Congestionamento na João Colin: via será alargada em um metro

Joinville atinge marca de um veículo para dois habitantes

Ronaldo Santos


O número de veículos em Joinville chegou este mês a 232.100, o que corresponde a um carro para cada 2,09 habitantes — a maior marca na história da cidade. Em Florianópolis esta relação está em 1,7, seguida por Jaraguá, onde o índice chega a 1,8. O aumento demasiado ocorre, principalmente, pelas facilidades encontradas hoje para quem pretende comprar um automóvel, fenômeno que ocorre em todo o país e que foi um dos fatores do impulso econômico refletido no crescimento de 5,4% no PIB de 2007. Os problemas que uma frota com este tamanho causa numa cidade com 487 mil habitantes são os congestionamentos, que em alguns pontos da cidade não tem mais horário para acontecer.

Congestionamento na rua Princesa Isabel. Foto: Ronaldo SantosA construção da malha viária no município aconteceu sem planejamento urbanístico. Ela foi se desenvolvendo desor- denadamente de acordo com as necessidades do cres- cimento, formando um sis- tema denominado “espinha-de-peixe”, com vias menores que contribuíam com tráfego para as vias principais. Na década de 1950, com o desenvolvimento tecnológi- co, os carros começaram a ganhar popularidade. Atual- mente, são licenciados em Joinville cerca de 1.500 veículos por mês, o que faz com que a cidade tenha a maior frota do estado.

Hoje, quem quer comprar um carro basta ter em mãos um comprovante de renda, residência, uma cópia da identidade e do CPF. Os financiamentos são feitos em 60 meses, sem entrada e com juro em torno de 1% ao mês. Os problemas que essas facilidades causam levaram o Ippuj (Instituto de Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville) e a Conurb (Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Joinville) a adotarem medidas para melhorar a fluidez do trânsito em lugares de alta concentração de carros, ônibus, motos e caminhões.

Corredor de ônibus da Avenida JK ganhará nova camada asfáltica. Foto: Ronaldo SantosO plano de ações para os próximos meses compreende a criação de vias de mão única para ligar a rua Iririú à Avenida Wittich Freitag, no bairro Iririú; a rua Albano Schmidt com a Hellmuth Fallgatter, no Boa Vista; e a rua Elza Meinert com a Paulo Serra, no Costa e Silva. Além disso, até abril será criado um binário no bairro Floresta, envolvendo as ruas Santa Catarina e São Paulo. Ainda neste ano, os ônibus terão mais faixas exclusivas. Elas serão nas ruas Blumenau, Nove de Março e João Colin. O trecho da Avenida Juscelino Kubitschek ganhará uma nova camada asfáltica.

Na rua João Colin, o Ippuj planeja remodelar as calçadas, criando um sistema subterrâneo de transmissão de energia. A pista seria alargada em um metro (50 centímetros para cada lado) e os locais de parada de ônibus ganhariam aumento para recebê-los sem causar transtornos ao trânsito. Com essas medidas, a capacidade de tráfego na via aumentaria para 3.000 veículos por hora, contra os atuais 2.000.

Para o gerente de mobilidade do Ippuj, Vladimir Tavares Constante, o uso da bicicleta é uma solução para acabar com o problema do alto volume de tráfego. Vladimir conta que nas ciclovias do bairro Boa Vista o movimento de bicicletas corresponde a 18% do tráfego total das vias. Todas as medidas tomadas até agora servem para remediar os problemas atuais, pois o aumento do número de carros faz com que em um breve período de tempo, a via alterada sofra novamente com os congestionamentos, e um colapso no sistema viário seja previsível. O gerente acredita que próximo ao caos, as coisas se resolvem, pois “ninguém é louco de entrar num carro para ficar parado”.

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