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Matéria 5613, publicada em 03/03/2008.


:Ronaldo Santos

Bruna responde à banca examinadora

Monografia analisa interferência comercial em noticiário

Ronaldo Santos


Documentar sua experiência de repórter na RedeTV Sul foi o objetivo de Bruna Nicolao no estudo que discutiu “O que é notícia no TV em Rede? Conflitos entre jornalismo e outros interesses na produção de um telejornal”. A monografia foi defendida no sábado pela manhã, no anfiteatro. Orientada por Ângelo Ribeiro, ela analisou três edições do programa e os comparou com o Jornal do Almoço, da RBS. Falta de imediaticidade e notícias pautados nos patrocinadores foram as conclusões de Bruna. A banca, composta por Fernanda Cruz e Roberta Meyer, atribuiu nota 8,5 ao trabalho.

Bruna NicolaoA comparação entre os dois telejornais baseou-se nos critérios de noticiabilidade de Nilson Lage. Além de ter mais notícias, o programa da RBS gasta menos tempo entre a produção e a publicação das matérias. Além disso, Bruna constatou pouca preocupação com audiência e interesse público no jornal da RedeTV Sul. Ela trabalhou na emissora no ano de 2006 e disse que muitas vezes o departamento comercial pautou as notícias, com o intuito de promover os anunciantes.

Roberta Meyer, professora de Meios de TV no Ielusc, acredita que o estudo sobre televisão na academia é tão importante quanto o estudo do texto. A linguagem visual, por ser recente, não possui grande respaldo teórico. Ela lembrou que desde o surgimento da televisão a publicidade já a bancava e o modelo comercial prevaleceu, por isso são normais os conflitos entre o departamento comercial e o de jornalismo. Influência dos anunciantes, diz Roberta, existe em qualquer emissora, principalmente em canais de baixo poder econômico, como a RedeTV Sul.

Para Fernanda Cruz, professora de Monografia I, faltou estabelecer categorias de análises no estudo. Com isso, seria possível a ruptura epistemológica, ou seja, romper com o senso comum e produzir conhecimento científico. Fernanda criticou os conflitos entre “o eu pesquisador” e “o eu jornalista” de Bruna. Em alguns trechos a aluna tomou como verdades elementos que precisariam de investigação para serem afirmados.

Bruna levou quatro meses para concluir o estudo. Hoje trabalha como assessora de imprensa e não tem vontade de voltar a trabalhar na televisão.

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