Depois da primeira reprovação da temporada veio também a primeira nota máxima. A monografia “Jim Morrison: um personagem, 'um mito', uma análise da performance do artista”, de autoria da estudante de publicidade e propaganda Juliana Maul e orientada pela professora Maria Elisa Máximo, foi aprovada com um 10 unânime.
Em meio ao anfiteatro quase lotado, Juliana começou sua defesa exibindo o vídeo que, segundo ela, inspirou todo o processo de construção da monografia: um clipe de Roadhouses Blues, da banda The Doors. “Eu sempre falo que minha história tem uma trilha sonora forte, muito do que sou se explica pelas coisas que ouço, música é minha vida”, esclarece.
Interrogando-se sobre o que faz alguém gostar de um artista ao invés do outro, a futura publicitária embarcou na discussão dialética entre o “eu” pesquisadora e o “eu” fã e analisou a performance de Morrison a partir de noções de mito e de xamã. Ela também dedicou um capítulo à contracultura e ao rock, já que, na sua opinião, a criação do “mito” Jim Morrison só foi possível no interior da contracultura. Juliana não tem medo de admitir: “Na verdade eu queria entender o que realmente me levava a gostar do Jim Morrison”.
O primeiro a argüir foi o professor Silnei Soares. Para ele foi satisfatório encontrar no texto de Juliana uma porção de autores trabalhados em aula. “Isso significa que não passou em branco e faz a gente ver que vale a pena”, disse. Silnei também comentou sobre as noções de mito utilizadas por Juliana. Segundo ele, o conceito metamorfoseia-se ao longo do trabalho. O professor considerou o capítulo “Entre ídolos e fãs” belíssimo, elogiou a postura intelectual e a humildade da acadêmica e encerrou seus apontamentos lendo um trecho da monografia.
Os comentários da professora Fernanda começaram repletos de perguntas.”Por que eu fui escolhida para ler Jim Morrison?”. “Por que eu para avaliar um ensaio?”, indagava enquanto lia o texto preparado para sua argüição. Fernanda reconheceu os méritos da estrutura do trabalho e disse que “ninguém melhor que um fã para falar de seu ídolo”. Segundo ela, “a inspiração confere um tom agradável a quem lê a monografia e o capítulo sobre o xamã é brilhante”.