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Matéria 5537, publicada em 15/02/2008.


:Djulia Justen

Uma pessoa compareceu à defesa da estudante

Trabalho estuda matérias policiais do jornal Correio do Povo

Djulia Justen



Ouvir todas as fontes possíveis é uma prática jornalística de praxe, ainda mais quando se trata de casos de crimes, em que os agentes envolvidos são antagônicos (acusado e vítima). No entanto, de acordo com a monografia “A polifonia insuficiente nas matérias policiais do jornal Correio do Povo”, da estudante de jornalismo Iara Borba de Vargas, defendida às 17 horas do dia 13 de fevereiro, na sala A-08, esta técnica está longe de se tornar comum no jornal mais antigo de Jaraguá do Sul. Com a orientação da professora Marília Maciel, a estudante se debruçou sobre as matérias da editoria de polícia publicadas entre agosto e outubro de 2007. A banca avaliadora, composta pelos professores Luis Fernando Assunção e Anilton Weifurther (Cazuza), conferiu ao trabalho a nota 8,0.

Iara anota os apontamentos da bancaAo estudar a teoria da polifonia do lingüista russo Mikhail Bakhtin, em que o discurso é formado por várias vozes, Iara constatou que as matérias policiais do jornal Correiro do Povo não seguem esta tese. As matérias valorizam o discurso competente da polícia e apenas utilizam a fala indireta do acusado. Constatou, como o próprio título já sugere, que não há polifonia nas matérias policiais do veículo em estudo. Para ela, é necessário assegurar o “equilíbrio polifônico das matérias como sinal de respeito à sociedade”.

O avaliador Anilton Weifurther fez poucas críticas ao trabalho. Ele considerou tão relevante o tema que sugeriu à estudante que escrevesse um artigo a partir do estudo problematizado na monografia.

Para o professor Luis Fernando Assunção, o trabalho foi ousado em tentar relacionar a teoria de Bakhtin ao jornalismo, mas acabou não dando conta da relação. Segundo o avaliador, a autora foi tão repetitiva ao longo do texto em afirmar que as matérias de polícia não têm polifonia que parecia já saber desta constatação desde o início do trabalho. Apesar dessas críticas, Luis Fernando considerou o tema de alta relevância. “Faltam no meio acadêmico análises sobre a produção jornalística”, concluiu.

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