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Matéria 5529, publicada em 13/02/2008.


:Álvaro Diaz

Conferência lotou auditório da Deutsche Schule

Ninguém sabe qual é o futuro do jornalismo

Izani Mustafá


Informação é o que mais temos disponível no século XXI. A qualidade dessas informações em jornais, internet (sites e blogs), televisão e rádio é questionável. Na imprensa, entre os jornalistas, o momento é de inquietude completa. Não sabem para quem escrevem, não sabem o que escrever e até como escrever. O que é notícia? Com o acesso à internet cada vez mais mais fácil, o jornal vai desaparecer? Quem ouve rádio – as que produzem jornalismo como a CBN, Jovem Pan e Gaúcha, principais referências nacionais? Quem faz questão de assistir aos principais jornais na TV? As perguntas são intermináveis porque o jornalismo está em crise. Na noite de 12 de fevereiro, calouros, veteranos e professores do curso de jornalismo se misturaram e, sentados em cadeiras desconfortáveis - maioria no auditório da Deutsche Schule -, assistiram à conferência do professor doutor Jacques Mick. O evento, centrado no tema “O futuro do ensino e da profissão”, abriu as comemorações dos dez anos do curso de Comunicação Social do Bom Jesus/Ielusc.

Na mesa, para contribuir com o debate, Jacques contou com a presença de três repórteres do jornal A Notícia, formados no Ielusc: Marco Aurélio Braga, Edson Burg e Josi Tromm. O coordenador do curso Samuel Pantoja Lima orientou o debate. Na opinião do conferencista, que é um dos diretores da Quorum Comunicação, é imprescindível pensar sobre o jornalismo, um jornalismo “capaz de responder às perguntas que ainda não foram formuladas”. Ele estava chamando atenção para a relação do jornalista com o leitor. Jacques ainda alertou sobre os perigos da novidade urgente, da abordagem trivial e da espetacularização presente nas matérias publicadas em jornais. Em vez de informar, desinformam. Em vez de um conteúdo atrativo, rico de informações, torna-se vulgar. Quem perde é o leitor, o ouvinte, o telespectador.

A provocação feita por Jacques contagiou, é claro, os jornalistas egressos do Bom Jesus/Ielusc. Ao relatarem suas experiências diárias no jornal A Notícia, demonstraram que a preocupação com o leitor é apenas dos jornalistas. Para o empresário, o dono de uma empresa de comunicação, o que importa realmente é ganhar dinheiro com a venda de exemplares e economizar com as saídas dos repórteres para fazer, por exemplo, jornalismo investigativo. Uma prática do bom e “velho” jornalismo que garantia informações importantes, valiosas e inéditas, deixada de lado com a invasão, principalmente, da tecnologia. Quem permaneceu até o final da conferência, encerrada por volta das 22h30, certamente não esperava obter respostas seguras, objetivas e concretas sobre o futuro do jornalismo. Segundo Jacques, o pensar jornalismo deve fazer parte da educação.

As turmas do curso de Publicidade e Propaganda acompanharam a palestra do diretor da agência de comunicação EDM Logo, no anfiteatro da instituição. Após a conferência, três profissionais egressos do curso (Juliana Pamplona, da rádio Transamérica; Daniel Gaertner, da agência A2C Web; e Gisele Nunes, da agência PEB) participaram do debate sobre o tema “O futuro do ensino e da profissão”.

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