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Matéria 5528, publicada em 13/02/2008.


:Djulia Justen

Jenifer (de costas) atenta à arguição dos avaliadores

Monografia estuda relação entre lazer e consumo

Djulia Justen


Opções de lazer também se constituem objeto palpável ao estudo monográfico. Este foi o caso da estudante de Publicidade e Propaganda Jenifer Maira Laube, que defendeu no dia 12 deste mês, às 17 horas, na sala C-21, a monografia “Lazer e consumo familiar em Jaraguá do Sul”. Para avaliar o trabalho foram convidados pelo orientador Pedro Ramirez os professores André Scalco e Maria Elisa Máximo. Sete pessoas compareceram à apresentação. O trabalho foi aprovado com nota 8,5.

Jenifer Maira LaubeNa monografia, a estudante procurou compreender a relação entre lazer e consumo das famílias de classes A1 e C2, conforme o Critério Padrão de Classificação Econômica. Para isso, o trabalho foi dividido em duas partes. A primeira consistiu no regaste histórico de como o lazer foi instituído nos grupos familiares. Constatou que o lazer só começou a ser caracterizado como tempo disponível para descanso depois da revolução industrial. A segunda parte foi baseada em pesquisa qualitativa através de entrevistas com nove famílias de Jaraguá do Sul — quatro da classe A1 e cinco da classe C2. Para ambas as classes, lazer é sinônimo de se desligar do trabalho e se recuperar do estresse gerado por ele. A diferença é nas atividades realizadas por grupos familiares de cada classe conforme a renda: enquanto as famílias da classe A dão voltas de carro e vão ao cinema, as da classe C realizam pequenos consertos na casa e fazem crochê.

Para a professora Maria Elisa Máximo, o trabalho já estava aprovado por encarar o desafio da pesquisa através das entrevistas. “Como é difícil o enfrentamento com o diferente”, conceituou. As críticas foram com relação ao posicionamento da pesquisadora, que tentou ser isenta e se colocava no texto em terceira pessoa. Para a professora, não se expressar através da primeira pessoa enfraquece o papel da pesquisadora no que se refere à responsabilidade sobre os dados coletados.

Para o professor André Scalco, a definição de lazer demorou muito para aparecer no texto, ou seja, só depois de muitas citações de autores. A consideração final foi a respeito do problema da verdade. “O entrevistado diz o que é bonito ao pesquisador”, salientou.

Antes dos professores se retirarem da sala para definir a nota do trabalho de conclusão de curso da estudante, o orientador Pedro Ramirez reconheceu sua parte na pesquisa de Jenifer. Segundo ele, a isenção da pesquisadora foi “culpa” dele por vir do campo da administração, em que o método cartesiano ainda é muito forte.

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