Opções de lazer também se constituem objeto palpável ao estudo monográfico.
Este foi o caso da estudante de Publicidade e Propaganda Jenifer Maira Laube,
que defendeu no dia 12 deste mês, às 17 horas, na sala C-21, a monografia “Lazer
e consumo familiar em Jaraguá do Sul”. Para avaliar o trabalho foram convidados
pelo orientador Pedro Ramirez os professores André Scalco e Maria Elisa Máximo.
Sete pessoas compareceram à apresentação. O trabalho foi aprovado com nota 8,5.
Na monografia, a estudante procurou compreender
a relação entre lazer e consumo das famílias de classes A1 e C2, conforme o
Critério Padrão de Classificação Econômica. Para isso, o trabalho foi dividido
em duas partes. A primeira consistiu no regaste histórico de como o lazer foi
instituído nos grupos familiares. Constatou que o lazer só começou a ser
caracterizado como tempo disponível para descanso depois da revolução
industrial. A segunda parte foi baseada em pesquisa qualitativa através de
entrevistas com nove famílias de Jaraguá do Sul — quatro da classe A1 e cinco da
classe C2. Para ambas as classes, lazer é sinônimo de se desligar do trabalho e
se recuperar do estresse gerado por ele. A diferença é nas atividades realizadas
por grupos familiares de cada classe conforme a renda: enquanto as famílias
da classe A dão voltas de carro e vão ao cinema, as da classe C realizam
pequenos consertos na casa e fazem crochê.
Para a professora Maria Elisa
Máximo, o trabalho já estava aprovado por encarar o desafio da pesquisa através
das entrevistas. “Como é difícil o enfrentamento com o diferente”, conceituou.
As críticas foram com relação ao posicionamento da pesquisadora, que tentou
ser isenta e se colocava no texto em terceira pessoa. Para a professora, não se
expressar através da primeira pessoa enfraquece o papel da pesquisadora no que
se refere à responsabilidade sobre os dados coletados.
Para o professor
André Scalco, a definição de lazer demorou muito para aparecer no texto, ou
seja, só depois de muitas citações de autores. A consideração final foi a
respeito do problema da verdade. “O entrevistado diz o que é bonito ao
pesquisador”, salientou.
Antes dos professores se retirarem da sala para
definir a nota do trabalho de conclusão de curso da estudante, o orientador
Pedro Ramirez reconheceu sua parte na pesquisa de Jenifer. Segundo ele, a
isenção da pesquisadora foi “culpa” dele por vir do campo da administração, em
que o método cartesiano ainda é muito forte.