No dia 28 de outubro de 1892 o professor francês Émile Reynaud exibiu, pela primeira vez na história, imagens animadas. Por isso, desde 2002, a Asifa (Associação Internacional de Filmes de Animação) celebra o Dia Internacional da Animação. Em Joinville, assim como em outras 50 cidades brasileiras, houve comemoração.
A comemoração começou às 14h30 e foi até as 21h30 na Cidadela Cultural Antartica. Ocorreram no evento oficina de animação, debate e exibição de filmes feitos em Joinville, e mostra dos DVDs com a seleção dos melhores do Anima Mundi – nacional e internacional.
Internacional ainda não, mas a produção nacional de animação conta com autores joinvilenses. Na oficina, ministrada por Chico Lam, autor do Menino Caranguejo e professor do curso de Design da Univille, foi produzido um filme com a técnica de stopmotion, a mesma usada nos filmes "Fuga das Galinhas" e "Batalha dos Vegetais", além do famoso Pingo (clássico da TV Cultura), um pingüim de massinha que mora no Pólo Norte e fala “Pitipitiriirirtidi”. A técnica consiste em dispor as personagens no cenário e fotografá-los. O passo seguinte é mudá-los milimetricamente de posição e fotografar novamente. Então, quando as imagens são postas em seqüência, a animação está pronta.
Pronto não ficou o filme no horário esperado. Devido ao atraso na produção, o bate-papo sobre animação só começou quando faltavam dez minutos para iniciar a mostra dos trabalhos feitos na cidade, que estava marcada para as 17h30. Três animações do Menino Caranguejo, feitas em duas dimensões no programa Flash, abriram a mostra. Com uma garra de caranguejo na mão esquerda, o menino protege o meio ambiente em todas as histórias. Em seguida, foi exibido o trabalho “Animassinha - Aprendiz de pensador", de Fábio Debortoli, feito em stopmotion, no qual ele tirou mais de 1.200 fotos para um vídeo de sete minutos. Para fechar os trabalhos joinvilenses, o clipe produzido por Paulo Keiewagem, baseado na música “Soy loco por sol”, da banda Mundo Livre S/A, fazia uma crítica animada à imigração para os Estados Unidos e à sociedade de consumo.
Consumo de conhecimento foi o que fez a platéia, ávida pelas técnicas de produção, principal tema das perguntas. Depois de satisfeito, o público ouviu o designer Fábio Pantoni, que falou sobre a origem da palavra animação, a qual "remonta à alma, à vida, ou seja, animação é dar alma, dar vida, dar movimento”. Ele aponta que o principal problema do animador é se envolver demais com a técnica de animação e esquecer o roteiro. Chico Lam completou ao dizer que “o grande barato da animação é poder dar vida a coisas inanimadas”.
Inanimado (quase) pela fome, o público soube do intervalo às 18h40, quando Chico Lam anunciou que o evento recomeçava às 19 horas, com a comemoração propriamente dita do Dia Internacional de Animação, simultaneamente com outras 50 cidades brasileiras e outros 51 países. No horário previsto, foi aberta a mostra com os melhores animações do mundo escolhidas no Anima Mundi, quase todos sem narração. Depois foi a vez dos nacionais, quase todos com narração. A mostra acabou às 21h30 e 65 pessoas assinaram o livro de presença.