A modelo mais famosa do mundo está em Joinville com a exposição “Barbie na moda: do antigo Egito ao século XXI”. São cem bonecas pertencentes ao colecionador Carlos Keffer. Elas estão vestidas de acordo com a moda desde Cleópatra até a cantora pop Cher. O evento começou no dia 13 e vai até 25 de setembro no Shopping Mueller.
Lançada em 1959, Barbie é um símbolo do consumismo desde então. A idéia de sua criação é justamente de uma manequim para que as crianças trocassem suas roupas. Não é somente um modelo de elegância, beleza (na época, loura) e inteligência, como também um símbolo conservador. Barbie nunca fez nada de errado e sua postura sempre foi a da jovem inteligente que deseja constituir família com o namorado Ken, criado em 1961.
De acordo com Vigotsky, a criança aprende a viver em sociedade brincando. Os brinquedos são carregados de conceitos. A Barbie é uma das ferramenta que ajudou a construir a sociedade americana com seus valores morais, de competição e de consumo.
O que se vê na exposição da boneca vestida de acordo com todas as épocas da história é a apropriação de Barbie para vesti-la com outros conceitos: hippie, modernas, transgressoras (mas nem tanto). Porém, o culto a Barbie jamais é abandonado. Embaixo de cada peça, há um legenda de como a boneca ficaria bem com aquela roupa naquela época.
“Em que época você gostaria de ter vivido?”. O texto de abertura atiça o espectador a conhecer outros tempos pela ótica da moda. Mas convida também para conhecê-lo adorando a “boneca mais 'fashion' do mundo”. Uma excelente e econômica idéia, afinal, vendida como bela, inteligente e elegante, a inanimada modelo não cobra cachê para ser admirada.