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Matéria 4872, publicada em 14/09/2007.


:Divulgação

Zezé Alves com a delegação brasileira

Acadêmica Zezé Alves fala sobre o bronze no Parapan

Lorena Trindade


Duzentos metros. Foi o quanto Zezé correu para arrematar medalha de bronze e abrilhantar o atletismo feminino do Brasil nos Jogos Parapan-americanos. A competição que ocorreu entre 12 e 19 de agosto na cidade do Rio de Janeiro foi mais um dos capítulos da carreira de Maria José Ferreira Alves. Atleta paraolímpica e acadêmica do 6º período de jornalismo, ela participa de competições nacionais e internacionais desde 1994. Nesses 13 anos conseguiu acumular medalhas, as quais não soube quantificar, em Parapans, Paraolimpíadas e mundiais.

Para ela, participar do Parapan no Rio de Janeiro foi uma experiência emocionante. Sentiu-se em casa, principalmente por estar mais próxima da mãe, que reside na cidade. Embora tenha nascido em Sobral, no Ceará, Zezé mudou-se com os pais para a capital fluminense ainda bebê com o propósito de tratar os problemas visuais. Segundo a corredora, o clima entre os atletas das várias delegações americanas é amigável: “Essas competições servem mais como um reencontro, é bom poder continuar tendo contato com os meus amigos venezuelanos, argentinos, mexicanos... e saber sobre a vida deles”.

Por ter aproximadamente 10% da visão, ela compete nas categorias T12 e T13. Os corredores das divisões 11 e 12 podem ter um guia vidente. A claridade incomoda Zezé e não permite a visibilidade das raias. É o professor Gérson Knittel que treina, orienta e corre com a atleta. “Além de meu guia, ele é meu amigo”, disse ela. Knittel já foi guia de Ádria Rocha Santos. Na época em que trabalhavam juntos, Ádria quebrou dois recordes mundiais. Zezé afirma que teria conseguido mais medalhas ou medalhas mais expressivas caso não tivesse se machucado duas semanas antes do Parapan. “Ele (Knittel) cuida tanto de mim que não deixou eu correr nos 100 e 400 metros”, completou.

O fato de ter ganhado bronze na competição não garantiu a Zezé a vaga para as Paraolimpíadas de Pequim em 2008. O Brasil já tem 17 vagas no atletismo. Até o fim deste ano o técnico da seleção brasileira de atletismo paraolímpico, Amauri Veríssimo, pretende conseguir mais oito vagas para a equipe tupiniquim. Para isso os atletas disputarão entre si em competições seletivas que definirão os representantes do atletismo na China. Apenas os esportes coletivos como goalball (feminino e masculino) e o futebol de cinco para cegos já têm lugar certo.

No dia 6 de setembro, os 14 paratletas que representaram Santa Catarina nos jogos Parapan-americanos foram até Florianópolis. Em um almoço com o governador Luiz Henrique da Silveira na Casa D´Agronômica (residência oficial do governador do estado) receberam um prêmio medalha.

Atualmente, Zezé está tratando de uma ruptura na coxa esquerda. O prazo máximo para retomar os treinos é novembro. Ela treina na pista da Univille todos os dias, nos períodos matutino e vespertino. Em função da agenda repleta de atividades, alguns assuntos que dizem respeito à faculdade estão pendentes. “Estou devendo a primeira matéria do Jacques (Mick) e tenho foto e matéria do Primeira Pauta para fazer”, declarou a atleta.

Ouça a entrevista da Revi com a atleta

Ouça a entrevista concedida ao informativo da Prefeitura de Joinville

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