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chamadas

Matéria 4861, publicada em 13/09/2007.


:Rafael Alonso

Carolina assumiu o compromisso de refazer a conclusão

Monografia é aprovada mas banca aponta ajustes


O contato prematuro com o computador e a relação da internet com o “seu mundo” fez Carolina Burg Winter analisar as possíveis transformações na narrativa jornalística pautando-se no portal G1, da Rede Globo. Durante dois dias inteiros, a futura jornalista coletou todas as matérias anunciadas em manchete na capa do portal. Das 331 chamadas, Carolina selecionou 48, que tratavam de três temas, justamente os de maior repetição: o acidente com o Airbus A320 da Tam, o sumiço da menina inglesa Madeleine MacCann e a prisão do traficante colombiano Juan Carlos Abadía.

Para tratar da estrutura da narrativa jornalística e do papel do narrador, Carolina apropriou-se de autores como Muniz Sodré, Cremilda Medina e Walter Benjamin. As noções de cyberespaço e as possibilidades das redes virtuais apresentaram-se através de Landon, Pierre Lévy e Steven Johnson.

Exemplificando a explanação com vídeos linkados dentro das matérias, a estudante reconheceu que em alguns casos o hipertexto foi usado como complemento, mas concluiu que o artifício centraliza a narrativa num determinado ponto: justamente o texto provedor dos links. Assim, ela assegurou que os “internautas” permanecem num constante vai-e-vem, e que os hipertextos dão sentido apenas para o conteúdo da nova janela criada. Essa estrutura, segundo Carolina, é o que caracteriza as “grandes coberturas” dos portais. Por fim, a jovem titubeou no momento de fechamento ao não precisar até que ponto a inserção do hipertexto (na maioria, vídeos) reconfigura, de fato, a narrativa jornalística.

Em cima das brechas deixadas por Carolina, a argüição da banca não foi amena. Sílvio Melatti alertou para os erros ortográficos e de construção textual, além de mencionar as citações "de segunda mão”, prática que, ao invés de basear-se no contato com as obras originais, especialmente as clássicas, cita autores na voz de “terceiros”. Ângelo Ribeiro ratificou as falhas no português e cobrou um olhar mais crítico sobre o objeto. De acordo com ele, o G1 é um portal que pertence a um conglomerado no ramo da comunicação e, por isso, tem interesses específicos, que não vão além de atrair o público para a televisão global. No entanto, a maior objeção da banca foi à falta de conclusão. Segundo os dois professores, Carolina não expôs com clareza a contribuição do trabalho.

Aos olhos atentos da mãe, do pai e da sogra, Carolina recebeu nota 8, mas com o compromisso de arrumar os descuidos lingüísticos e refazer a conclusão.

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