Revi Bom Jesus/Ielusc

>>  Joinville - Sábado, 20 de abril de 2024 - 08h04min   <<


chamadas

Matéria 4828, publicada em 11/09/2007.


Entre o caminho mais curto e o mais fácil, eles sempre escolhem o primeiro. E se tiverem que optar entre o mais fácil e o mais difícil? Neste caso, a segunda alternativa é a preferida dos praticantes do le parkour.

Le o quê?

Le Parkour. Trata-se de um esporte recente, criado na França e praticado, geralmente por jovens, nos centros urbanos. Nada mais é do que o uso de técnicas de salto e escalada para transpor obstáculos da maneira mais eficiente e rápida possível, com os recursos do próprio corpo. Os praticantes desta atividade são chamados de traceurs (substantivo derivado verbo francês para traçar ou andara rápido), pois eles traçam o menor percurso a percorrer entre dois pontos. 

Em Joinville também há traceurs: Arthur Alves, 17 anos, é um deles. Conhecido como Art, ele pratica parkour sozinho ou com o amigo Christian Pereira, também com 17 anos. O primeiro contato de Art com o esporte foi no filme B-13 – estrelado por um dos criadores do parkour –, mas só começou a fazer quando um amigo o convidou. (Veja um percurso feito por Art e Christian em frente à prefeitura)

Criado na França por David Belle, na década de 80, o parkour ganhou adeptos em todo o mundo através dos vídeos na internet. Belle desenvolveu o esporte junto com Sébastien Foucan, que atuou no mais recente filme de James Bond (Cassino Royale). Aqui no Brasil, jovens de Brasília e São Paulo começaram a imitar os movimentos dos vídeos de Belle e a prática logo ficou conhecida em todo o país, pois era tema de várias reportagens na mídia nacional.

Quem pratica o parkour tem que conviver constantemente com lesões, fraturas e machucados. É inerente a um esporte com obstáculos haver quedas, mas segundo Art, "se for praticado corretamente, é difícil se machucar". Ele já torceu o tornozelo e cortou a boca enquanto treinava. Numa demonstração para a Revi ele caiu e fez um corte na mão – nada grave para os traceurs.

Desde que começaram a praticar parkour, Art e Cristhian notaram que a percepção de espaço e os reflexos se desenvolveram. “Quando a gente cai tem que ter reflexo para se proteger”, afirma Christian.

A prática se divide em duas modalidades: os treinamentos das manobras e o percurso no qual elas são executadas. As principais são as técnicas de escalada e os vaults, que são chamados de monk, kong, spin e reverso, entre outros.

Os dois amigos reclamam que em Joinville há poucos espaços para treinar. Eles contam que um grupo se reúne todos os sábados na praça Dario Salles, às 14 horas. Contudo, a maioria dos traceurs prefere praticar sozinho.

O Le parkour ainda não está definido como esporte, arte ou disciplina – como as artes marciais. É uma atividade recente e há controvérsia entre os próprios criadores (David Belle e Sébastien Foucan). Contudo, segundo a Wikipédia, você pode praticá-lo até seminu. O ideal é usar calça e camiseta confortáveis e tênis esportivo. Veja as manobras e fique à vontade para começar a saltar pela cidade. Quem sabe você não descobre um modo alternativo de se locomover sem ter que pagar R$ 2,05 pela passagem de ônibus.

Veja alguns vaults e um percurso


* Matéria de Clayton Felipe

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.