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Matéria 4809, publicada em 05/09/2007.


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Borges de Garuva foca "era Tito"

Em segundo livro, Bom Jesus privilegia história recente

Rafael Alonso

Em 1986, Apolinário Ternes lançou “Bom Jesus – 60 anos de ensino”. Praticamente duas décadas depois, é a vez de Borges de Garuva discorrer sobre a instituição luterana. Porém, “Bom Jesus Ielusc: 80 anos de histórias pra contar – A muitas vozes” centra-se na história recente do colégio, mais precisamente a partir de 1984, data do início da era “Tito” - pastor Tito Lívio Lermen. A publicação contará com 154 páginas e farta ilustração, embora nem toda com a devida documentação, como já menciona a ficha técnica. “As pessoas não têm o hábito de registrar quem está na foto e onde ela foi tirada”, explica Borges.

A idéia do livro iniciou em 2005. Na ocasião, o Bom Jesus montou várias comissões para promover as comemorações de 80 anos, umas delas a de história da instituição. A partir daí nasceu a obra. No entanto, alguns componentes do grupo migraram para outras instituições e outros assumiram compromissos secundários. Em meio a tantas indecisões, o pastor Tito incumbiu Borges de Garuva de tocar o projeto. “Mas ainda tinha que conviver, ao mesmo tempo, com a violência do Secord”, brinca, assumindo que a ele também faltou tempo. “Na verdade sou um funcionário do livro”, completa.

Bom Jesus Ielusc: 80 anos de histórias pra contar 
– A muitas vozes

Durante um ano e meio de pesquisa Borges diz ter lido documentos oficiais, atas, destrinchado o Acervo Deutsche Schule e entrevistado aproximadamente 50 pessoas. Uma das experiências mais curiosas ocorreu recentemente, às vésperas do fechamento: Borges reuniu-se com quatro ex-estudantes da Deutsche Schule, dos quais o mais novo apresentava 84 anos. “Dali saíram narrativas extraordinárias. Pena que já não havia muito tempo”, lamenta. Apesar da vasta investigação, Garuva assegura que o livro parte de conhecimentos que ele já detinha.

Estrutura

Os três primeiros capítulos ― menor parte da publicação ― resgatam brevemente a história mais antiga da instituição. O primeiro retrata a construção da Deutsche Schule, em 1866. O segundo relembra a falecida criadora do Bom Jesus, Anna Maria Harger. Aliás, a data de criação é controversa. Embora o registro oficial aponte para 1927, vestígios garantem que Anna já oferecia cursos um ano antes. O terceiro capítulo relembra a gestão do pastor Helberto Michel, que seguiu até 1984.

A segunda e mais extensa parte tem igualmente três capítulos. O primeiro deles (quarto da sequëncia inicial) comenta a entrada do pastor Tito na instituição e a instauração do ensino superior, em 1995. O quinto traz a efetivação do terceiro grau como uma das forças do Bom Jesus e as mudanças na educação básica. O sexto e último traça um panorama de como está a instituição atualmente.

Uma das surpresas do livro são os mais de 23 mil nomes citados em quase todas as páginas, entre funcionários e estudantes. As listas aparecem como colunas, sempre nas margens internas ou externas das folhas.

Lançamento e divulgação

O livro encontra-se em fase de acabamento, em Curitiba. A data de lançamento é 14 de setembro. Um evento ocorrerá no Salão da Comunidade, a partir das 20h. O Coral do Bom Jesus/ Ielusc, um coquetel e os pronunciamentos do pastor Tito e de Borges de Garuva ilustrarão a noite. Num primeiro momento, serão impressos 2 mil exemplares. De acordo com Borges, a primeira idéia era de 4 mil, mas a falta de recursos barrou a pretensão. Os organizadores ainda não fixaram um preço, mas Garuva acredita que o valor deve ser modesto. “Como não há intenção de lucro, o único objetivo é possibilitar a reedição”.

Frustração

Encerrados os trabalhos, é hora de analisar criticamente a produção. Embora Borges garanta que o livro enriquecerá o acervo da Deutsche Schule e servirá como registro, reconhece o caráter institucional da publicação. “Não se trata de um livro de história, mas comemorativo, até porque não sou historiador”, confidencia.

Garuva atribui ao tempo reduzido e à limitação de páginas as eventuais brechas da publicação. Segundo ele, vários temas poderiam ter sido abordados, mas fugiriam do contexto, tais como: o pensamento luterano sobre a educação, a relação da história da escola com a da pedagogia no Brasil e a perspectiva do Bom Jesus para o futuro. “O material que sobrou dá pra redigir outra obra, e mais extensa”, brinca. “É um misto de missão cumprida e frustração”, resume.

Confira a ficha técnica:

Coordenação geral, pesquisa e texto: Borges de Garuva

Entrevistas: Borges de Garuva, Luis Fernando Assunção, Pollyanna Niehues, Sílvio Melatti

Fotografia: Arquivo Deutsche Schule, Joyce Reinert Hennig, Borges de Garuva, Peninha Machado, Laboratório de Fotografia, Luana Hudler

Projeto gráfico e capa: Luana Hudler

Produção e distribuição: André Scalco - DC&M 

Secretaria & Relações Públicas: Marília Jusi da Silva, Mariseti Herbst

Realização: SeFPro – Setor de Fomento & Projetos, DC&M – Departamento de Comunicação e Marketing

Impressão: Impressora Mayer, de Pomerode

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.