Vanessa Bencz personifica um tipo de estudante de jornalismo: o escritor. A comprovação disso é o primeiro lugar em dois concursos literários. O primeiro foi o Prêmio Joinville de Expressão Literária há quase um ano. E recentemente ganhou o primeiro lugar em um concurso nacional destinado a promover novos talentos - especialidade da editora De Leon, com sede em Maringá. O concurso foi feito pela internet e a colocação de Vanessa rendeu a publicação dos contos "Em si mesmo" e “O maior roubo de todos os tempos” nas primeiras páginas do livro “Algumas Ficções”.
“Entrei na faculdade porque sabia que queria escrever, mas fiquei decepcionada com o jornalismo”. Nas aulas com professores-jornalistas ela soube de algumas restrições impostas pela profissão que a decepcionaram. Porém, o tempo e alguns professores mostraram que é possível fazer jornalismo de outra maneira: “Trata-se de uma visão poética. De contar as coisas de uma maneira ética, com sensibilidade. Saber que às vezes o que importa não é o que a pessoa está dizendo, mas como ela fala”.
“Cheguei a tirar 2 com o Laranjeira, mas ele me deu muito apoio. 'Você tem jeito pra isso', cita. Depois eu tirei a maior nota da turma - um 9 - a maior nota que ele deu. Eu não acreditava, ninguém acreditava”, conta Vanessa, ao lembrar dos professores que a ajudaram a conhecer esse diferente jeito de fazer jornalismo. Ela cita outros: “Sílvio Melatti, na temporada em que fui bolsista na Revi”; “Jacques Mick, sempre com conselhos sábios”; "o Felipe" (Felipe Soares, professor do Ielusc até a próxima semana, pois agora faz parte do quadro de docentes da UFSC); e, "Nara Marques Soares, professora de criação literária e minha orientadora".
“Não me considero uma boa jornalista”
Com a experiência de trabalhar na Revi, no informativo Óia Virtual, no Mercado de Comunicação, na agência Criacom e na assessoria da banda Canela Brasil, Vanessa diz não ser uma boa jornalista. “Não sei contar as coisas de um jeito frio”, afirma. “Quem me contratar vai saber disso e quando me mandar fazer uma matéria, vai saber que não pode ser fria”.
Ela ganhou os concursos na categoria de contos, mas não faz distinção entre o que escreve. “O que eu escrevo também é poesia. A diferença é estética. Se der vontade de fazer em versos eu faço”.
Vanessa sabe que há muitos como ela, jornalistas que querem e se dão bem melhor escrevendo literatura. E aconselha: “Ninguém deve desistir de fazer literatura só porque a profissão pede. Não se deve deixar de lado a literatura, pois o jornalismo expira, a literatura fica”.
O prêmio do primeiro concurso foi de R$ 1.500, no segundo, apenas R$ 150, porém, ganhou vinte exemplares que a escritora está vendendo por R$ 15 cada. Quem quiser pode entrar em contato através do e-mail vbencz@gmail.com ou pela Revi.