Depois de 16 dias de competições, os jogos Pan-Americanos terminaram. O
balanço da delegação brasileira nas provas mostra a evolução do país no esporte.
Foram 54 medalhas de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. Eventos como o Pan deixam
como lembrança o estímulo à prática esportiva.
Os jogos serviram para destacar modalidades incomuns à cultura brasileira ―
acostumada a vangloriar o futebol. A ginástica rítmica abrilhantou o início das
competições, o taekwondo foi o primeiro a ganhar medalha de ouro e a natação
mostrou um novo ídolo, Tiago Pereira, que deu ao país seis ouros.
Para o professor de educação física Rony Hille o Pan motiva o exercício
físico, principalmente entre as crianças e adolescentes. Por ter ocorrido
durante o período de férias escolares, Hille acredita que os jovens formaram
parte significativa entre os espectadores. Segundo ele, o evento abre portas
para a divulgação de outros esportes. Porém, são modalidades as quais muitos não
têm acesso pelo fato de serem caras. “O Pan ainda está distante de alguns
estados, e para algumas realidades os jogos parecem nem ter acontecido no
Brasil”, enfatiza.
O professor comenta que competições como essas ainda não são valorizadas
conforme a sua importância. “O Pan não é tão comemorado como a Copa do Mundo”,
completa, “é como se fosse um jogo qualquer”. Para Hille, mesmo depois do Pan,
esses esportes — antes pouco divulgados — continuarão não recebendo patrocínios.
O assistente administrativo Gilson Kurowski sabe da importância dos jogos
Pan-Americanos para o estímulo do exercício de esportes. “Para um Pan, o
desempenho do Brasil foi bom”, comenta, “mas eu acho que facilitaram um pouco
por ser aqui no país”. O assistente está em Joinville há um mês, vindo de Santa
Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Ele conta que uma universitária da cidade —
Sabine Heitling, acadêmica da Unisc (Universidade de Santa Cruz do Sul) — ganhou
medalha de ouro nos três mil metros com obstáculos.
Kurowski afirma que as instituições de ensino têm como obrigação influenciar
os alunos a praticar esportes. “Já que as universidades particulares cobram
altas mensalidades, deveriam investir nos esportes”, completa. Para ele, o
caminho é começar pelas crianças e não só meninos no futebol e meninas no
ballet, mas mostrar os outros tantos esportes que existem.