Os gélidos corredores de um hospital assustam, o silêncio faz o bip dos aparelhos se sobressaírem. Quebrar a tensão e a rotina de um hospital não é uma tarefa fácil, mas um grupo de alunos de medicina e psicologia da Univille aceitou o desafio. O projeto Palhaçoterapia existe desde 2004 e a cada ano ganha mais voluntários.
O grupo conta com 20 acadêmicos – dois do curso de psicologia e os outros de medicina. A iniciativa partiu dos próprios alunos. Pedro Weiss, Marcelo Rech e Humberto Bohn – na época cursando o segundo ano de medicina – procuraram um professor que se interessasse e pudesse ficar responsável pelo projeto. Encontraram a professora Selma Cristina Franco. Juntos escreveram sobre a Terapia do Palhaço, trabalho que foi aprovado mais tarde como projeto de extensão da universidade. A instituição destina uma verba para cobrir os custos do grupo.
“O projeto nasceu da vontade de modificar a rotina das crianças no hospital”, afirma Danielle Betina de Oliveira, acadêmica de medicina e participante da Palhaçoterapia. Inspirada no filme Patch Adams e pelos Doutores da Alegria — grupo de atores de São Paulo, pioneiro em levar palhaços aos hospitais — a Palhaçoterapia ajuda na recuperação dos pacientes.
Para ser um Palhaçoterapeuta o acadêmico precisa freqüentar as oficinas teatrais. Só depois de algum tempo de ensaio, o novo palhaço pode começar a fazer as visitas. Integrantes do projeto escolheram o Hospital Materno Infantil de Joinville para receber o grupo. Todas as quartas-feiras e sábados uma trupe formada por quatro palhaços se dirige ao hospital e planta sorrisos nos pequenos rostos.
Segundo a médica Selma Franco, especialista em saúde pública e coordenadora do projeto, não só os pacientes são beneficiados por este projeto, como também a família do enfermo. São poucos os casos em que os acadêmicos são orientados a não visitar as crianças. Ela acredita que os resultados não permeiam só o âmbito hospitalar, mas auxiliam os voluntários do projeto.