De longe, o trem se pronuncia. Dois silvos longos, um curto e mais um longo.
Sobram decibéis. O sinal vermelho é ignorado pelo ônibus, enquanto a luz na
escuridão segue a todo vapor. O balanço das ferragens e o atrito nos trilhos
ecoam o som da imponência. Treme tudo. Sai até faísca. Vagões
e mais vagões deslizam enfileirados. Um, dois, três... Passam de cem. No
cruzamento, os motoristas esperam, desligam os motores. O trânsito se afoga.