Ao passar em frente à praça de eventos do shopping Mueller, não são poucos os olhares que se direcionam para os cartazes coloridos fixados em biombos feitos de material reutilizado. Professores, jovens, pais e crianças reduzem o ritmo da caminhada, quando não a interrompem, para conferir a exposição de trechos da história em quadrinhos do Menino Caranguejo, personagem que foi tema do trabalho de conclusão de curso do professor José Francisco Xavier — mais conhecido como Chico Lam — e agora virou projeto de extensão da Univille.
O professor, que há quatro anos leciona na área de design da universidade, criou o Menino Caranguejo em uma de suas tentativas de “fuga” do caos de São Paulo, onde cursou a Faculdade de Belas Artes. Refugiando-se em um caiaque, passava horas navegando em mangues no interior paulista, cenário de fato inspirador para a criação do personagem que tem a mão esquerda substituída pela garra do crustáceo. Quem conta essa história é Cristiane Drews, uma das quadrinistas, ex-aluna de Chico.
Lançada em 2 de abril, a revista conta com uma equipe de cinco pessoas: Paulo Kielwagen, que, juntamente com Cristiane, é cartunista formado em design, e Chico Lam, Viviane Mendes e Eugênio Siqueira, que cuidam dos detalhes gráficos.
Os roteiros dos quadrinhos são escritos a dez mãos. A primeira edição, feita inteiramente de papel reciclado, apresenta o personagem na aventura “Ambiente Colateral”. Segundo Cristiane, a proposta da publicação é “gerar sensibilização ambiental” no público leitor, que pode ser tanto classificado como infanto-juvenil como adulto. Com financiamento do edital da Fundação Cultural de Joinville, o projeto enfim ganhou espaço. Da tiragem de 3 mil exemplares, 10% foram destinados às escolas da cidade — que receberam também um DVD, chamado de Desenho Animado Ambiental, no qual há sete animações e atividades para serem feitas em sala de aula.
Os biombos sustentados por garrafas de água preenchidas com areia expõem o trabalho até dia 19 de abril. Em Joinville, a revista pode ser encontrada nas livrarias Curitiba e Nobel, nas revistarias Cidade (shopping Cidade das Flores) e Estação (shopping Americanas) e em bancas centrais, como a Richlin e a Casa das Revistas. As dezesseis páginas coloridas custam R$ 6. De acordo com Marivone Dal Magro, subgerente das Livrarias Curitiba, as dez edições recebidas esgotaram-se todas no sábado. Devido à procura, mais trinta revistas do cativante Menino Caranguejo foram solicitadas ao distribuidor.