Enquanto a Feira do Livro caminha para o sétimo dia, os sebos da cidade não sentem a presença do evento que promete pontas de estoque e descontos de até 20%. Se Joinville é criticada pelo baixo número de consumidores de livros, o movimento tanto nos balaios da feira quanto nas lojas especializadas em livros usados comprova o contrário.
A segunda-feira nublada do dia 2 de abril não prometia muito para a venda de livros. Nas sacolas carregadas pelo centro da cidade o colorido era dos ovos de Páscoa. Mas para Simone Eufrásio, atendente do sebo Universo Cultural, o movimento não apresentou nenhuma queda desde o dia 27 de março, quando a feira do livro começou. Pelo contrário: na última semana muitos clientes chegaram à livraria localizada a poucos metros da praça Nereu Ramos com a indicação dos atendentes da feira após não encontrarem nos balaios o livro desejado.
Já na banca Colin, que não tem feito parte da cooperação entre sebo e feira, a atendente Rúbia Huscher questiona: "Quando aconteceu a feira do livro? Foi semana passada?". Ela acredita que as compras só sofreram alterações na última semana por causa da baixa nas vendas que ocorre todo final do mês e não que os clientes tenham deixado de freqüentar a livraria devido ao evento.
Único sebo local a participar da exposição, o Brechó da Revista dividiu seus produtos entre o balaio e a loja, a primeira a poucos passos da outra (o Brechó da Revista situa-se na mesma praça da feira). Ainda que a barraca venha mantendo um bom número de vendas, é a loja que os clientes continuam procurando. Para o atendente Daniel da Silveira, os freqüentadores do sebo não encontram novidades na feira. “Quem quer comprar livros a preço baixo procura o sebo, não precisa de feira. Pelo preço apresentado ali, em vez de se tornar um evento cultural a feira se torna apenas um evento comercial.”
foto: Eva Croll