A feira ainda estava sendo organizada enquanto as crianças invadiam o espaço. Merendavam em frente ao palco da Praça Nereu Ramos, que nem tinha mais cara de praça. Cantavam músicas de ciranda e iam atrás dos livros que as moedinhas podiam comprar, embora os chaveiros e as canetinhas de gel chamassem mais atenção.

Balaios de livros infantis a 50 centavos e um real: o primeiro dia de feira estava com cara de universo a ser explorado. Joinvilenses que passavam pelo centro da cidade, por volta das três e meia da tarde, entravam nos estandes sabendo o que procurar. “Oi. Você tem livros de pedagogia sobre creches?”, peguntou uma senhora à atendente da livraria Midas.

Feiras servem para pechinchar e a 4ª Feira do Livro de Joinville está carente de promoções. No entanto, os balaios de ofertas que existem chamam a atenção de quem passa por lá. Obras de filósofos pela bagatela de cinco reais; escritores catarinenses a 10; o clássico de Hans Christian Andersen, O Patinho Feio, também a cinco reais. Poesias, romances e ficções saem mais baratos, senão por bondade das editoras, mas porque têm um “defeitozinho” aqui e ali. “O objetivo da feira é vender”, disse a expositora Carolina Spieker. O estande do Sesc em parceria com a Ajole (Associação Joinvilense de Letras) oferece três livros por preços baixos se comparados aos sugeridos pelas livrarias.

Já a livraria Midas preparou-se para o evento transportando os livros até a praça e mantendo os preços da loja. Não há nenhuma obra em promoção. Segundo a atendente Karine Johann, o gênero mais procurado ainda é auto-ajuda“. As pessoas entram e logo perguntam qual livro tem desconto”, completa. O primeiro dia ainda causa estranhamento aos mal-informados que se surpreendem, passeiam pelos corredores e, quase sem querer, acabam comprando mesmo que seja um livrinho de bolso. Rogério Alexandre, expositor da editora FCC (Fundação Catarinense de Cultura), ressalta a importância dos descontos: “Mesmo com os preços baixos a gente dá um descontinho. É importante estimular a leitura”. As ofertas estão dispostas nas bancas e balaios, vai do leitor saber pechinchar alguns “reaisinhos”.