O Bom Jesus/Ielusc recebe, a partir dessa segunda-feira, 12 de março, o Festival Latino Americano da Classe Obreira – Cinema e Vídeo, o Felco (veja o cartaz do evento). Todos os dias até sábado, 17 de março, sempre às 19 horas, quem for à quadra 1 (ao lado da cantina) poderá assistir a produções independentes de toda a América Latina, sempre com temas políticos. A iniciativa em Joinville é do Movimento do Passe Livre, com apoio do curso de jornalismo da instituição.
O Felco começou na Argentina no ano de 2004, numa iniciativa de um grupo chamado Ojo Obrero, em decorrência da mobilização popular que marcou aquela crise política argentina. No ano de 2006 o festival passou a ser realizado também na Bolívia e no Brasil. Os eventos no território nacional são coordenados pela Felco Brasil, que mantém um sítio, onde pode-se obter mais informações sobre a história do festival, os filmes a serem exibidos, ou como tornar-se um tradutor ou legendador, além de outras informações.
“Foi um processo simples”, diz Leonel Camasão, membro do movimento e um dos organizadores do evento, “pois nós apenas enviamos uma carta para a Felco Brasil, recebemos os filmes e depois fizemos o depósito de 30 reais”. O organizador explica também que o compromisso do MPL com a entidade central é de exibir os filmes publicamente – o que pode ser feito tanto em universidades, cineclubes, ocupações ou sindicatos –, não comercializar as produções e enviar fotos e um relatório sobre o evento após a sua realização, para publicação no site. “O Bom Jesus cedeu o espaço, o projetor e arcou com os cartazes”, informa Leonel. “Conversei com o coordenador do curso [Samuel Lima] no ano passado e ele enviou e-mails aos professores perguntando se não poderiam integrar o festival ao conteúdo das disciplinas”. Segundo ele, no ano passado ocorreu uma tentativa de realização do Felco em Joinville, na Associação Catarinense de Ensino (ACE), mas sem sucesso: “Apareceram quatro pessoas”, fala, sorrindo.
A abertura do festival terá o filme “Onde está a América Latina?”, que é dividido em três partes: a primeira trata das reações na Argentina à ida do presidente do FMI ao país; a segunda mostra uma mobilização popular contra a exploração de uma mina a céu aberto por uma multinacional na Bolívia; e a terceira é o relato das lutas do povo mapuche no Chile. A expectativa de público dos organizadores é de 400 pessoas durante toda a semana, a maioria estudantes do próprio Bom Jesus/Ielusc. Mais informações, como a programação completa do festival e a sinopse dos filmes, no sítio do Movimento Passe Livre.