Prevenção é a alma do negócio. Essa poderia ser a adaptação médica ao jargão
administrativo. E é nesse intuito de cortar o mal pela raiz que a Sociedade
Brasileira de Cardiologia e Pediatria está, neste 12 de março, envolvida numa
campanha nacional de combate e prevenção à aterosclerose – uma doença silenciosa
que se traduz na obstrução dos vasos sangüíneos ocasionada por pressão alta,
obesidade, diabetes, colesterol elevado, entre outras causas.
Jovens e crianças que passam hoje pela praça de eventos do shopping Mueller
são convidados a fazer um exame. Então, anota-se nome e idade, logo após mede-se
a pressão é calcula-se o IMC (Índice de Massa Corpórea), depois esses dados são
postos em um gráfico no qual o pediatra analisa e mostra o diagnóstico ao
examinado. O estudante do quinto ano de medicina Diogo Alves Pinto, 27 anos,
aborda as pessoas para participarem. “Eles ficam surpresos porque é para as
crianças”, conta o futuro médico. A equipe que está no shopping é composta ainda
por duas cardiopediatras, uma endopediatra, uma odontologista, uma
nutricionista, dois enfermeiros e um professor de educação física.
A Campanha de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência é uma
iniciativa da Sociedade Brasileira de Cardiologia e Pediatria e ocorre em todo
Brasil. Em Joinville está sendo organizada pelo Programa Sorrindo para a Vida –
programa do hospital regional Hans Dieter Schmit que assiste a crianças com
doenças crônicas – e tem o propósito de atingir 14 mil crianças e adolescentes,
pois simultaneamente acontece em 12 escolas públicas, no shopping e no hospital
da Unimed, explica a coordenadora do trabalho Mona Simões. Ela ainda revela que
na cidade a realização está por conta de muitos estudantes voluntários das
escolas de enfermagem e das cursos superiores do Bom Jesus, ACE e Univille.
O principal objetivo dessa campanha é orientar a sociedade para manter uma
vida saudável tanto psicológica quanto fisicamente. Uma vida que pode ser
conquistada através de alimentação correta, prática de esportes, cuidados com os
dentes (pois crianças com problemas dentários têm maior propensão à obesidade e
pressão alta), o peso e a estima. Dessa forma, espera-se que em 2040 a geração
nascida nos anos 2000 não tenha os mesmos problemas de saúde que grande parte da
população na faixa dos quarenta anos enfrenta.