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Matéria 3621, publicada em 12/02/2007.


:Cláudia Morriesen

A rua das Palmeiras ainda é o melhor refúgio no centro

Uma tarde nos bancos de praça

Cláudia Morriesen

Segunda-feira à tarde, a semana inicia. Os termômetros marcam 30 graus e o centro de Joinville parece ferver com os cartazes de promoções estampados nas vitrines e as longas filas nos bancos. Com tanta agitação nas calçadas, o espaço mais disputado é um lugar para descansar e fugir do sol. Apesar das poucas opções encontradas, as praças centrais ainda são os melhores pontos de encontro e refúgio para muitos joinvilenses.

Recém-reformada, a Praça Nereu Ramos é a mais ampla entre as áreas públicas localizadas no centro da cidade. É onde o joinvilense pára quando quer descansar ou esperar alguém. Apesar de ter uma estrutura superior à das outras praças, ninguém fica muito tempo sentado em seus bancos. Para o motoboy Fábio Fermiano, 26 anos, ela funciona como uma sala de espera: “É o melhor lugar para marcar um encontro”, afirma, “mas não é interessante ficar aqui conversando. Tem muito barulho e nenhuma proteção”. A exceção dos apressados no local fica por conta das já conhecidas cabeças brancas sentadas na esquina da Rua do Príncipe. Entre as mesas e os bancos daquele lado da praça reúne-se um grupo que já não se importa com o barulho da rua, “porque ninguém mais escuta direito mesmo”, como brinca o aposentado Rodrigo Liepsiq, 73 anos. O ideal para ele seria a construção de um quiosque, para que os jogos diários de cartas não precisassem ser interrompidos durante a chuva. Já Roberto Utta, 44 anos, acrescenta: “Precisava fechar um lugar, plantar mais árvores e encher de policiais. Essas praças não têm nenhuma segurança.”

A dona-de-casa Ana Carolina Souza prefere não ficar muito tempo nas praças centrais desde que foi assaltada na Praça Rolf Colin, em 2002. O espaço que abriga a biblioteca municipal, a feira da AJART e um pequeno parque é a praça menos iluminada, motivo pelo qual é a preferência tanto de casais quanto de assaltantes. Mãe de um menino de 10 meses, Ana Carolina apenas lamenta a falta de um local melhor para as crianças brincarem. “Quando eu era criança tinha um parque todo feito de madeira na praça da biblioteca, agora dá medo de deixar as crianças brincarem nestas balanças”.

Para quem procura sossego, a rua das Palmeiras é o lugar certo. A estudante de publicidade e propaganda Heloá Miranda, 17 anos, é freqüentadora da praça e conta que as outras não têm o mesmo clima. Apesar de recortado por ruas, os jardins do Museu dos Príncipes são os mais calmos. “Nós nos acostumamos com aquele som dos carros”, analisa, apontando a Rua do Príncipe. “O som que chega aqui é mínimo se comparado àquele que agüentamos o resto do dia”.

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