Revi Bom Jesus/Ielusc

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Matéria 3585, publicada em 07/02/2007.


:Cláudia Morriesen

O trainee da Editora Abril trabalha atualmente na revista Boa Forma

"Pena que o tempo tenha passado tão rápido", lamentou Manoel

Eva Croll

Desde o tempo em que cursava o técnico de processamento de dados na Escola Técnica Tupy, Manoel Schlindwein sabia que não era bem isso que o futuro lhe reservava. Porém, a fim de conseguir uma boa colocação no mercado desvendando computadores, decidiu concluir o curso, que durou dois anos. E deu certo: pouco tempo depois, já trabalhava em uma das empresas mais conceituadas de Joinville, a Datasul. Foi na rotina de trabalho que percebeu, no entanto, que preferia produzir informações do que simplesmente tratá-las.

Foi com esse espírito que se inscreveu no vestibular e, alguns meses depois, já era calouro de jornalismo do Bom Jesus/Ielusc. Ingressante do ano 2000, Manoel apaixonou-se pelo clima da instituição, pela qual conseguiu estágio no jornal A Notícia, sendo efetivado um ano depois, e permanecendo no emprego por mais um ano.

Hoje, voltando ao ambiente estudantil, quase três anos após tê-lo deixado, o jovem jornalista acredita que o curso só teve melhoras. Além de elogiar a nova grade de disciplinas, também apontou como positivo o fato de que a maioria dos professores já tenha estabelecido residência na cidade, o que não acontecia em seus tempos de acadêmico.

Quando questionado sobre as aventuras da profissão, Manoel destaca as reportagens policiais como as mais emocionantes. Perseguir carros de polícia com sirenes ligadas são as mais empolgantes. “O que dizem é que não dá muito dinheiro, mas a gente se diverte. É realmente uma cachaça”, declara ao auditório praticamente lotado de calouros, veteranos e professores de jornalismo.

Manoel, no entanto, enxergou oportunidades profissionais em outros estados, e resolveu arriscar viajar para Brasília. Lá, permaneceu por um ano trabalhando na revista do Ipea (Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada), e confessou que sentiu falta do clima agitado das redações dos jornais diários. Selecionado para o Curso Abril de Jornalismo, mudou-se para São Paulo e passou a escrever como freelancer para periódicos como Superinteressante e Exame. Atualmente, trabalha na edição online da revista Boa Forma.

No começo de seu discurso, Manoel declarou que o cenário midiático de Brasília em muitos pontos se diferencia da imprensa catarinense. O motivo? Segundo o ex-acadêmico, por ser cidade de grande porte e, principalmente, uma das “capitais do poder”, na qual os jornalistas são mais "despachados" na busca pelos furos. Acontecem, inclusive, inúmeros casos de declarações equivocadas, provenientes do jornalismo irresponsável, no qual os repórteres publicam informações de segunda mão, sem ao menos se certificarem da validade.

A posição política de Manoel também entrou em jogo. Em seus tempos de escola secundarista, dividia o tempo entre o estudo e a atuação como militante. Porém, nos dias de hoje, aos 27 anos, já não compartilha mais da filosofia esquerdista, devido a desilusões sofridas quando conheceu de perto o mercado de trabalho.

Sobre o evento de recepção dos calouros, o jornalista mostrou-se empolgado, apoiando a inciativa da instituição. “Pena que o tempo tenha passado tão rápido”, lamentou. Ansioso por outra edição, concluiu: “Acredito que cada um dos três tenha histórias, experiências e conhecimento suficientes para garantir uma noite inteira de debates”.

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.