Da busca rotineira por livros em sebos surgiu a idéia de criar uma biblioteca virtual. Durante um ano foram catalogados cerca de 800 pontos de venda, mas somente 40 deles aceitaram participar do projeto inicial. Em pouco tempo novas parcerias se formaram e o negócio vingou. A poeira, as traças e a falta de organização das prateleiras cederam lugar a um avançado sistema de buscas, que hoje agrega mais de 5 milhões de títulos. O responsável pela inovação é André Garcia, criador do Estante Virtual, site que disponibiliza para venda o acervo de 334 livrarias e sebos espalhados por todo o país.
No Ielusc, alguns acadêmicos já experimentaram as facilidades da compra via internet e aprovaram o método. João Francisco Kamradt, estudante do 4° semestre de jornalismo, descobriu o Estante Virtual quando visitava um blog de literatura. A comodidade proporcionada pelo site gerou desconfiança no início, mas o interesse em adquirir determinados exemplares foi maior. "Achei alguns livros difíceis de encontrar por aqui, depois entrei em contato com o vendedor e ele me passou as coordenadas", explica. João efetuou a compra com depósito bancário e, quatro dias depois, três livros chegavam direto de São Paulo (SP) para sua casa.
Assim que tomou conhecimento das aquisições de João, seu colega de turma Rafael Alonso também decidiu ampliar a biblioteca caseira. Após uma breve consulta, o acadêmico encontrou três obras de Nietzsche em um sebo paraibano. Por 40 reais levou os três e bancou o frete. Se comprasse os mesmos títulos na famosa rede das Livrarias Curitiba, teria gasto cerca de 60 reais a mais.
Biblioteca limitada
O acesso é fácil, os preços são baixos e o acervo é incontável. Estas e outras vantagens da compra via internet são fonte de indagações entre alguns acadêmicos, que reclamam quanto à limitação de títulos essenciais nas bibliotecas do Ielusc. Maria da Luz, bibliotecária responsável pela aquisição dos livros da instituição, conta com cerca de 4 mil reais para investir na bibliografia de cada curso, todo semestre. Ela afirma que a compra dos exemplares não se restringe às livrarias mais próximas. “Nós buscamos livros até fora da cidade. Temos também uma lista com mais de 30 sites de venda”, garante.
A biblioteca tem direito a 15% de desconto na compra dos livros e é dada prioridade às bibliografias básicas e complementares das disciplinas. Parte da verba também é destinada à sessão de vídeos. Apesar de os sebos proporcionarem mais opções e por preços abaixo de mercado, Maria observa que é preciso tomar cautela. “As obras nem sempre estão em bom estado, por isso dou preferência aos livros novos”.