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Matéria 3472, publicada em 27/11/2006.


:Cláudia Morriesen

Juciano Lacerda foi acompanhado pela banda Dose do Dia em sua performance

Poesia, música e literatura se encontram na noite de domingo

Cláudia Morriesen

O bar é pequeno e escuro. As paredes são de tijolo, não há ventilação além daquela que provém das duas janelas abertas e quase não há cadeiras para todos. É domingo à noite, está chovendo e uma banda desconhecida toca com grandes intervalos. O Divinas bar, no entanto, tem um público visto apenas nos sábados de shows de bandinhas da moda. E não é para assistir a um show de rock que aquelas pessoas estão ali. Os público se divide entre as três pequenas salas para ouvir escritores recitarem suas poesias já publicadas, professores universitários lerem contos de autoria própria e de seus autores preferidos e jovens estudantes revelarem escritos que, se não totalmente inéditos, só tinham oportunidade de apresentar em blogs e premiações locais.

O sarau Palavras Acústicas estava marcado para começar na vigésima hora do dia 26. Às 21 horas, no entanto, alguém responde “começou agora!” e Borges de Garuva está atrás do microfone. Acreditemos que começou com a leitura de Borges. Ele fala com a segurança de quem passou parte da vida em cima do palco e é o único a não tremer nenhuma vez enquanto se apresenta. Outras performances seguem-se a dele, sempre chamadas por Juciano Lacerda. O organizador do evento, aliás, afirmara que não tinha planos de participar do sarau senão como apresentador, mas a atmosfera, a escuridão ou algum outro efeito característico do lugar o levaram a se utilizar do microfone para mais do que apenas mediar os convidados, desde o ode às partes intímas da amada a um repente feito com a participação da banda Dose do Dia.O grupo toca durante os intervalos e um de seus integrantes, Tiago Luís, acompanha as apresentações do professor Sílvio Melatti, primeiro no baixo, depois na bateria.

Os acadêmicos Vanessa Bencz e Paulo Horn lêem seus contos vencedores do 3º Prêmio Joinville de Expressão Literária. Paulo completa sua participação lendo um poema seu e um de Tiago Luís. José Eduardo, também estudante de jornalismo, declama pequenas poesias próprias. Às 23h30 o sarau tem fim com a apresentação do Dose do Dia. Poucas pessoas ainda estão no pequeno bar. É domingo, chove e uma semana de trabalho e estudo avança. Mas a parcela vital de poesia está garantida e a esperança é que reuniões como essa se repitam.

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.