Revi Bom Jesus/Ielusc

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Matéria 3391, publicada em 22/11/2006.


Dewey montou um sistema com mil espaços

Jouber Castro


O primeiro passo da pesquisa da Revi em biblioteconomia foi descobrir qual dos sistemas de classificação existentes é utilizado para catalogar os livros na biblioteca Castro Alves. Existe uma infinidade de classificações, como a da Biblioteca do Congresso (dos Estados Unidos), a Universal, a dos Dois Pontos e a Bibliográfica. A bibliotecária Maria da Luz deu a dica: o Bom Jesus/Ielusc utiliza a Classificação Decimal de Dewey (CDD).

Melvin Dewey desenvolveu, em 1876, uma classificação de bibliotecas que acabou se tornando a mais popular do mundo, e que sofreu seguidas revisões, sendo a última ocorrida em 2004. Trata-se de uma organização por assunto que conta com 10 classes principais, cada uma delas tratando de um campo do conhecimento, tendo um número correspondente. Veja as classes de Dewey:

000 – Computadores, informação e textos de referência

100 – Filosofia e Psicologia

200 – Religião

300 – Ciências Sociais

400 – Línguas

500 – Ciências Naturais e Matemática

600 – Tecnologia e Ciências Aplicadas

700 – Arte e Lazer

800 – Literatura e Retórica

900 – História e Geografia

O critério para organização das classes é bastante interessante. Com exceção da primeira classe (000), as demais são organizadas do metafísico (filosofia e psicologia) ao mundano (história e geografia). Cada uma das classes é separada em outras 10 divisões mais específicas, e cada uma dessas é subdividida em 10 seções, mais específicas ainda. Isso faz com que a CDD possua 1.000 lugares para acomodação de assuntos de obras. Vejamos um exemplo: 900 é a classe que designa história e geografia, a divisão 970 trata da América do Norte, e a seção 973 trata dos Estados Unidos. Portanto, um livro que tiver um número 973 estampado em sua lombada muito provavelmente trata da maior potência do mundo.

O sistema de Dewey, porém, não é perfeito. O autor foi um tanto tendencioso. Por exemplo: o cristianismo, na classe da religião (200), ocupa toda a faixa entre 220 e 289, sobrando apenas a faixa 290 até 299 para todas as demais religiões. A biblioteca Castro Alves adota a CDD em uma das suas variações: para facilitar a procura por livros de literatura, grande parte das obras que pertencem à classe 800 estão separadas do resto do acervo.

E nunca é demais lembrar: os biblioteconomistas adeptos da CDD fazem questão de ressaltar que não se trata de uma classificação de livros, e sim de assuntos. O biblioteconomista Prithvi Kaula afirmou para a Herald of Library Science que: “Os esquemas não classificam um livro como entidade física, mas sim o pensamento nele contido que é identificado e classificado”. A empresa responsável pela CDD desde 1988 é a Online Computer Library Center (OCLC).

800x600. ©2005 Agência Experimental de Jornalismo/Revi & Secord/Rede Bonja.