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Matéria 3186, publicada em 30/10/2006.


:Letícia Caroline

Dança de rua é destaque em festa contra Halloween

"Queremos mostrar que não precisamos importar cultura", diz organizadora

Letícia Caroline


Duas barracas com meninas pintando o rosto de crianças, duas tendas com desenhos para colorir, uma piscina de bolinha, uma cama elástica, e muitas crianças. Este é o cenário da praça Nereu Ramos, nesta tarde de 30 de outubro. Uma comemoração atrasada do dia das crianças? As pessoas com as mãos levantadas em oração, indicam que não. Trata-se de uma manifestação organizada pela Assembléia de Deus, contra o dia das bruxas , comemorado dia 31 de outubro.

É a quinta vez que o evento ocorre e seu nome original é “Festa de adoração a Elohim”. Elohim quer dizer “único Deus” e foi escolhido pela semelhança com “Halloween” (o dia das bruxas combatido pelos evangélicos). “Essa é uma festa de resgate cultural. Queremos mostrar para as crianças que não precisamos importar coisas, temos a nossa própria cultura”, explica a organizadora da manifestação, Edna Felício.

Durante a tarde, 13 grupos irão apresentar dança, teatro e encenações. A “Festa de adoração a Elohim” é promovida pelo Colégio Evangélico Pastor Manoel Germano de Miranda, mas não é composta só de escolas relacionadas com a igreja. Entre os 13 grupos, via-se uniformes de colégios estaduais e municipais de Joinville. E nem todas as crianças que participam são evangélicas. Paloma Azi da Silva, de 12 anos, espera a sua hora de dançar tango com as amigas. Com um vestido vermelho, maquiagem forte e cabelos para trás, em um coque, a estudante conta que é católica, mas já participou do evento ano passado. “Nunca fui e nunca tive vontade de ir a uma festa do dia das bruxas. Prefiro festas como essa”, confessou a menina.

Tango, dança de rua, jazz e balé são as danças que se vê no palco. Não é uma festa de resgate à cultura brasileira? Não somos nós que não precisamos “importar” tradições? Então, onde estão os ritmos, as crenças e as tradições brasileiras? “Queremos mostrar que não precisamos de festas com morcegos, vampiros e coisas que assustam”, diz a organizadora. Será que as crianças ainda se assustam com fantasmas? Nesta tarde estavam preocupadas em pegar seus balões e brincar, sem ao menos escutar as palavras da “tia” que falava e rezava lá no palco.

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