Ele é, no mínimo, excêntrico. Em 1996 deixou São Paulo, cidade onde nasceu,
para se tornar figura conhecida da noite florianopolitana. Em 2004 lançou
o álbum Rosas Negras, e surpreendeu com 32 mil cópias
vendidas. Aos 34 anos, Carlos Alberto Rodrigues Junior, o Mekron, percorre a trilha da
fama com participações constantes em programas de rádio e TV da capital. A
paixão pelo rock veio desde cedo, quando enlouquecia ao som de Kiss, enquanto os
amigos ouviam a Turma do Balão Mágico.
Apesar das extravagâncias, Mekron tem peculiaridades distantes do estereótipo
malvado. É um sujeito pacífico, cria um poodle chamado Pando e não esconde o
amor pelos animais. Suas músicas e clipes
são alvo de críticas e chacotas, mas nada disso parece afetar o músico, que garante
ter "chegado lá".
No momento, o roqueiro se dedica ao lançamento do CD Mekron Internacional,
previsto para janeiro de 2007. Em entrevista à Revi, antecipou que dia 10 de
novembro estará em Joinville, no programa Tribuna do Povo, do SBT. Ele também
falou sobre sexo, drogas e, é claro, rock n' roll.
Por que se mudou para Florianópolis?
Mekron - Eu viajava o
Brasil todo. Curti muito Floripa porque aqui todos os dias parecem feriado.
O que significa Mekron?
Mekron - É um apelido que tenho desde
criança, porque eu era fã do filme Necronomicron, o livro dos mortos.
Quando decidiu ser músico?
Mekron - Sempre fui gamado em sons.
Quando eu era bem novo já curtia Kiss. Eu imaginava que o sucesso era
conseqüência de música e sons, e hoje entendo que o sucesso é conseqüência de um
trabalho esquematizado. Muito trabalho.
Com quem você toca?
Mekron - Sou cantor solo. As bandas que me
acompanham são contratadas, porque eu curto muito cantar sozinho. Sou uma alma
solitária, gosto disso.
Desde quando passou a despontar no cenário musical?
Mekron -
Faz um ano e meio. Primeiro em programas regionais, estaduais e depois
nacionais.
Você é casado?
Mekron - Tenho uma namorada. Nosso
relacionamento é extremamente liberal.
Segue alguma religião?
Mekron - Sou católico, e respeito a Deus
e ao Diabo. Acho que todos devem ser respeitados.
Já participou de rituais satânicos?
Mekron - Não, embora tenha
conhecimento do assunto.
Você não se incomoda com os erros de português encontrados no seu
website?
Mekron - Os erros de português são uma forma das pessoas
entenderem que ser famoso não é ser Deus. Nós cometemos os mesmos erros. A única
diferença é que quem está em evidência demonstra isso.
Dizem que você tem muito dinheiro, e por isso gasta com música sem se
preocupar. É verdade?
Mekron - Mais ou menos. No início gastei muito,
hoje não preciso gastar mais tanto assim. Hoje tenho retorno.
Com o quê gasta seu dinheiro?
Mekron - Viagens, réplicas,
coleções e cerveja.
Como financia a gravação e distribuição dos discos?
Mekron - O
primeiro eu banquei. Não pago nada com a distribuição, só ganho.
Com que frequência você se apresenta? Qual foi seu maior
público?
Mekron - Sempre que pinta a oportunidade. É uma forma de
mostrar a todos que cheguei lá. O maior foi o Memorial, em Campinas, para 3.800
pessoas.
Há alguns clipes disponíveis em seu website. Como foram
produzidos?
Mekron - Foram produzidos com paisagens de pontos
turísticos catarinenses. Um deles conta com cenas de filmes.
De onde vem a inspiração para compor?
Mekron - Vem de filmes de
terror, ficção e histórias que conheci. Também de várias situações que vivi,
algumas até mesmo ilusórias.
Quais são seus filmes preferidos?
Mekron - Exorcista, Massacre
da Serra Elétrica, Independence Day, Jason, Freddy. Adoro terror e ficção.
Você afirma ser um cara exagerado. O que fez de mais estranho na
vida?
Mekron - Fiz de tudo. Cismei em colecionar miniaturas de
carros, então fui numa loja e comprei 245 réplicas. Hoje tenho 2.507 réplicas de
carros e aviões. Já cismei de viajar às três e meia da madrugada. Corri para o
aeroporto e peguei um vôo para Sinope, no Mato Grosso. Cheguei de manhã e caí na
loucura. Também já peguei um táxi e fiquei quatro dias numa zona de Campinas, em
São Paulo. O taxista quase foi posto pra fora de casa.
Já promoveu orgias?
Mekron - Curto mulheres sem limites. Já
participei de orgias e transas com duas ou três mulheres ao mesmo tempo. Tive
que ser bem criativo.
Usa drogas?
Mekron - Já usei. Achei uma babaquice.
Bebe com freqüência?
Mekron - Bebo sempre. Adoro uísque com
cerveja.
Você pratica artes-marciais. Costuma arrumar confusão?
Mekron -
Não, nem que queiram. Uso o meu tempo me divertindo. Briga é para panacas, não é
para mim.
Certa vez Ozzy Osbourne comeu um morcego vivo no palco. Você já fez ou
faria algo desse tipo?
Mekron - Não. Não maltrato os animais. Mas já
gravei com uma cascavel, foi dez. Também já sequei dois litros de Steinheger em
menos de cinco minutos.
Você fica chateado quando criticam seu trabalho?
Mekron -
Quando um critico fala de mim, bem ou mal, é bom. Pelo menos está falando de
mim.
O que diria para os jovens que pretendem ser músicos?
Mekron -
Eles precisam cuidar com os urubus que só querem dinheiro sem propiciar nada.
Façam uma seqüência de trabalho, comecem procurando as rádios comunitárias para
depois chegarem nas grandes. Nunca dispensem um programa, por menor que ele
seja. Façam tudo pela mídia, porque ela é o ar do artista. Sucesso não é
menosprezar. Tentem ajudar as pessoas, sejam ricas ou pobres. E nunca, nunca
maltratem os animais.