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Matéria 2808, publicada em 02/10/2006.


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Tiago Luis Pereira


nós chegamos e fomos simpaticamente recebidos por aquele cara. ele se sentou e falou sobre o trabalho dele durante umas boas duas horas. tinha a mulher dele que trabalha com ele e de vez em quando se metia na conversa. ela também era simpática e sabia do que estava falando. os dois sabem muito bem o que fazem e o que dizem, principalmente quando dizem sobre o que fazem. nos nossos rostos o tédio não conseguiu se instalar porque o cara falava muito e sempre coisas interessantes. Clipagem é uma coisa muito louca! pessoas ficam na internet ou lendo jornal ou vendo tv e ficam anotando tudo que foi veiculado referente a alguma coisa e depois mandam para o cliente. ouvi dizer que tem dois caras na prefeitura que são pagos para recortar do jornal o que interessa para o prefeito. por um momento pensei que era cabide de emprego, mas agora sei que eles trabalham na área de Clipagem para o prefeito.

as pessoas que nos receberam têm uma agência de comunicação. é uma pequena agência, mas já dura mais de dez anos, o que é raro. acho que eles ainda sobrevivem porque prestam um bom serviço. assessoria de imprensa, jornais institucionais e coisas assim. a revista da Döhler é eles quem publicam. é uma boa revista porque eles tentam desvincular o conteúdo do interesse da empresa — e conseguem. parece contraditório, mas eles alcançam um resultado interessante e isso merece consideração. às vezes, a vontade de fazer alguma coisa legal ultrapassa os limites mais visíveis, que na verdade são menos reais do que inventados. por que uma empresa não pode patrocinar um projeto interessante? só porque é uma empresa e empresas são más por definição? acho que o casal se fez essa pergunta e resolveu tentar. deu certo. assim como o prêmio literário que eles promovem em parceria com a mesma Döhler. idéias legais levadas a sério e um pouco de ousadia: eis o que eu aprendi com eles.

paralelamente à falação interessante do cara da agência, eu me distraía com uns pãezinhos de queijo e umas bolachinhas que foram postas sobre a mesa. eu estava sentado numa cadeira funda de dois lugares a uns dois metros da mesa. de tempo em tempo, me levantava e pegava uma bolacha ou enchia meu copo com Tang de laranja. numa dessas vezes que me levantei, o cara me disse “você já vai embora?”, eu disse “não, só levantei pra pegar um pãozinho de queijo”, daí ele disse “ah, sim, fique à vontade”. eles eram realmente simpáticos e valeu a pena conhecê-los.

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