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Matéria 2673, publicada em 20/09/2006.


:Cláudia Morriesen

Josemar Sehnem é um dos participantes

Sindicato discute venda do A Notícia para grupo RBS

Cláudia Morriesen

Para marcar o dia em que o jornal A Notícia passa ao controle do grupo gaúcho RBS, o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina promove o debate “Concentração da Mídia em Santa Catarina” no anfiteatro do Bom Jesus/Ielusc. Iniciando às 19 horas, a discussão será mediada pelo presidente interino do sindicato catarinense, Josemar Sehnem, e contará com as presenças de Sérgio Murilo de Andrade, presidente da Fenaj, e de Celso Augusto Schröder, coordenador geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Segundo Josemar Sehnem, a proposta do debate é questionar a concentração de mídia nas mãos da RBS, com a qual a liberdade de imprensa no estado fica prejudicada. Ele afirma que essa convergência implica na publicação de notícias herméticas, impedindo que a população conheça pelos meios de comunicação os diversos ângulos das notícias. “Pode até não ser realmente um monopólio, mas vai contra a democratização da comunicação, uma vez que os grandes jornais da região estarão todos sob a mesma linha editorial”, afirma Sehnem. “Assim, em Santa Catarina, será difundido um pensamento único, afetando diretamente a população e a classe de jornalistas”.

Para discorrer sobre a questão da democratização o sindicato convidou o coordenador do FNDC, além de um promotor do Ministério Público joinvilense para falar a respeito dos direitos dos cidadãos. Assim como Josemar Sehnem, o presidente da Fenaj define a posse de todas as grandes mídias catarinenses por parte do grupo gaúcho como um ato de censura. “Se um acontecimento bater de frente com os interesses da RBS, já não será noticiado pela maioria dos jornais do estado. Essa concentração de mídia prejudicará demais a população catarinense”.

Desde a venda do jornal, no dia 24 de agosto, nem a RBS nem o A Notícia fizeram contato com o Sindicato dos Jornalistas. “A hipótese de convidar um representante do grupo foi cogitada”, afirma Josemar Sehnem, “mas como eles se calam até para os assuntos rotineiros do sindicato, foi entendido que não há interesse em aparecer no debate para conversar com a comunidade”.

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