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Matéria 0261, publicada em 11/09/2003.


Com problemas econômicos pais procuram ensino gratuito

LFB

Em 2003 foram matriculados, segundo a Secretaria Municipal de Educação, quase 84 mil alunos na rede pública de ensino. Outros 35 mil estudantes, segundo o sindicato das escolas particulares de Santa Catarina, estudam em escolas particulares da cidade. Os dados mostram que do ano passado pra cá a maior cidade do estado teve uma redução de quase sete por cento, no número de alunos matriculados em escolas do segmento privado. A grande maioria procurou o ensino público por não ter mais como pagar para estudar.

A operária Roseli Küster é casada e tem dois filhos. Rodrigo Kuster, de 16 anos e Luiz Felipe, de 9 estudavam até o ano passado numa escola particular de

Joinville. Roseli explicou que para mantê-los gastava em média todos os meses R$ 600,00 por mês, fora transporte e material. Há cinco meses descobriu que não teria mais condições de pagar, resolveu colocá-los em um colégio público próximo de casa. “Foi a Solução mais barata que encontrei. Eu tinha que dar educação aos meus filhos e não tinha mais dinheiro para deixá-los lá”.

A principal explicação para essa queda de alunos são os problemas econômicos, que se acentuaram no último semestre. “As dificuldades para manter os filhos na escola são muitas. As mensalidades podem variar de R$ 300,00 a R$ 500,00 ao mês”, explica o economista Achiles Schëunemann. Por isso a alternativa encontrada por pais de alunos para driblar esse problema, na grande maioria das vezes, é a escola pública.

Inchaço – O Secretário de Educação Sylvio Sniecicovsky explicou que nos últimos cinco anos o ensino gratuito registrou um aumento de quase 15% no número de alunos. As dificuldades econômicas e a boa qualidade nas escolas municipais e estaduais contribuíram para esta estatística aumentar. A tendência, para o secretário, é que esses números cresçam ainda mais. “Não podemos nos preocupar com quem vem. Temos que estar atentos em atender bem as expectativas da população. E por enquanto estamos conseguindo”, disse.

Alternativas – Por outro lado as escolas da rede particular estão cada vez mais propondo alternativas para não perderem os alunos e manterem, da melhor forma, os que já estudam nos estabelecimentos. A afirmação é do presidente do Sindicato das escolas particulares de Santa Catarina José Zinder. “Temos que fazer isso porque a situação não é favorável a ninguém”, afirmou.

Entre as alternativas a de conter preços e oferecer descontos para quem tem mais de um filho estudando numa mesma escola, são as mais utilizadas pelos estabelecimentos de ensino. O Colégio Bom Jesus / Ielusc, em Joinville, não é diferente.

De acordo com a direção da instituição são muitos os casos de quem têm mais de dois filhos e consegue de 15 a 20% de desconto no valor total das mensalidades. Seu Neri Pereira trabalha há mais de 10 anos na instituição. A esposa dele, Marilene Pereira também. Ele conta que a filha, Simone Pereira, trabalha no xerox, que funciona dentro da mesma escola. Simone também é aluna do segundo ano do ensino médio no Bom Jesus. Nesse caso o desconto no valor total da mensalidade chega a 90%. “Se não fosse esse desconto oferecido pela direção da escola, não sei ela teria condições de estar estudando aqui. Preferimos que ela se mantenha no Bom Jesus pela boa estrutura de ensino”, finaliza seu Neri.

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